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Manifestantes pró-Moscovo proclamam república separatista e Kiev teme invasão

Os manifestantes pró-Moscovo no leste da Ucrânia apreenderam armas numa cidade e declararam uma república separatista noutra, acções que Kiev descreveu, esta segunda-feira (7), como parte de um plano orquestrado pela Rússia para justificar uma invasão e desmembrar o país.

O governo ucraniano disse que a ocupação durante a noite de edifícios públicos em três cidades da região leste da Ucrânia, a maioria centros industriais de língua russa, é uma repetição dos eventos na Crimeia, península do mar Negro ocupada e anexada por Moscovo no mês passado.

“Um plano anti-ucraniano está a ser colocado em operação… segundo o qual as tropas estrangeiras vão atravessar a fronteira e ocupar territórios do país”, disse o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk em declarações públicas para o seu gabinete.

“Nós não vamos permitir isso.”  Os manifestantes pró-Rússia ocuparam edifícios em públicos em Kharkiv, Luhansk e Donetsk na noite de domingo, exigindo que referendos sejam realizados sobre a anexação à Rússia, como o que precedeu a aquisição da Crimeia por Moscovo.

O presidente interino Oleksander Turchinov, num discurso televisivo à nação, disse que Moscovo estava a tentar reproduzir “o cenário Crimeia”. Ele adicionou que “medidas antiterroristas” serão tomadas contra aqueles que pegarem em armas.

A polícia informou que havia retirado os manifestantes do prédio em Kharkiv, mas que em Luhansk, os manifestantes haviam apreendido armas. Em Donetsk, reduto do presidente deposto apoiado por Moscou Viktor Yanukovich , cerca de 120 ativistas pró-Rússia ocuparam a Câmara da assembleia regional.

Um homem não identificado leu “o acto da proclamação de um estado independente, a República do Povo de Donetsk ” diante de uma bandeira russa. “No caso de uma acção agressiva das autoridades ilegítimas de Kiev, vamos apelar para a Federação Russa trazer um contingente de paz”, declarou.

Os activistas leram o texto mais tarde para uma multidão de cerca de 1.000 pessoas fora do prédio. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou no dia 1 de Março, que Moscovo tinha o direito de proteger os cidadãos de língua russa na Ucrânia, depois da queda de Yanukovich, criando o maior confronto entre Moscovo e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções financeiras leves. O ministro da Justiça ucraniano, Arsen Avakov, disse na segunda-feira o principal prédio da administração regional em Kharkiv estava livre de “separatistas”.

Nove pessoas ficaram feridas nos distúrbios em Luhansk. Diferentemente da Crimeia, onde os russos étnicos formam uma maioria, a maioria das pessoas no leste e sul são ucranianas, mas falam o russo como primeira língua.

Os empresários influentes nas regiões orientais estão a apoiar o governo em Kiev, e os conflitos vão testar a sua capacidade de exercer o controle.

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