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Manifestantes entram em confronto no comício de islamistas no Egito

Partidários do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e opositores entraram em confronto e lançaram pedras uns contra os outros em Alexandria, segunda maior cidade do Egito, às vésperas da votação final de uma nova constituição elaborado pelos islamitas.

A polícia lançou gás lacrimogêneo, enquanto diversos opositores à Constituição e milhares de muçulmanos lançavam pedras apesar do cordão de segurança que os separava, perto de uma mesquita em Alexandria que foi o foco da violência, semana passada.

“Deus é o maior”, entoavam os islamistas quando os confrontos começaram.  Os muçulmanos reuniram-se para apoiar uma visão islâmica para o futuro do Egito, um dia antes do segundo turno de votações num referendo sobre a Constituição.

Os apoiantes da oposição também haviam comparecido para as orações da Sexta-feira. O presidente Mohamed Mursi e os seus aliados consideram que o projecto constitucional a ser votado, Sábado, é crucial para que o Egito conclua a sua transição para a democracia, quase dois anos depois da rebelião popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak.

A Irmandade Muçulmana convocou a concentração popular após um violento confronto de partidários do grupo islâmico contra integrantes da oposição laica e liberal na segunda maior cidade do Egito, semana passada.

O incidente terminou com um clérigo sitiado dentro da sua mesquita durante 14 horas. As facções rivais estavam armadas com cassetetes, facas e adagas.  Sexta-feira, os activistas islâmicos revistavam os fiéis que chegavam para as preces na mesquita de Al Qaid Ibrahim, cenário da violência da semana passada.

A tropa de choque da polícia instalou-se nos arredores. “A nossa revolução vai manter-se pacífica apesar dos bandidos”, diziam os cartazes no local, aludindo ao incidente da semana passada. Pelo menos oito pessoas morreram em confrontos políticos no Egito nas últimas semanas.

A oposição, que faz campanha pelo não, diz que a nova Constituição dá um viés excessivamente islâmico ao novo Egito. No primeiro dia da votação, Sábado passado, o “sim” à nova Carta teve 57 por cento dos votos.

O resultado deve ser ainda mais expressivo no próximo Sábado, quando a votação ocorrerá nas áreas mais conservadoras, e portanto mais propensas a apoiar Mursi.

A aprovação da Constituição é um pré-requisito para a realização de novas eleições parlamentares no começo do próximo ano.

A oposição diz que, se for derrotada no referendo constitucional, vai se esforçar em eleger uma bancada expressiva, que consiga fazer emendas à nova Constituição.

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