Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Mandela quer que “lutas justas” continuem – Graça Machel

A activista de direitos humanos, a moçambicana Graça Machel, recebeu, quarta-feira, uma homenagem da Universidade de São Paulo (USP) em nome do marido, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, reconhecido com o título de Doutor Honoris Causa, a maior homenagem concedida a alguém que não fez carreira na USP.

 

 

No seu discurso de agradecimento, Graça disse “thank you very much” imitando a voz grossa do marido. Depois da brincadeira, afirmou estar emocionada e justificou a ausência de Mandela, de 92.

O mesmo refere que cada aumento de um grau centígrado na temperatura média global poderá resultar na queda do crescimento médio anual na ordem de dois a três por cento nos países menos desenvolvidos, sem modificar o crescimento nos países mais ricos.

O seu maior impacto nos países menos desenvolvidos deve-se a problemas associados com a falta de infra-estruturas sociais, físicas e de bases económicas sólidas Face a esta situação, Rolf Traeger, especialista de assuntos económicos da UNCTAD que apresentou o relatório, afirma que os Países Menos Avançados (PMA’s) poderão ser expostos nos próximos tempos a desastres naturais de grandes proporções e potencialmente catastróficos, bem como a um permanente estado de pressão económica devido a elevadas temperaturas médias, menor disponibilidade de recursos hídricos, cheias e tempestades.

“Os 49 países mais pobres do mundo precisam de mais e melhor financiamento, aumentado dos actuais quatro para 17 biliões de dólares norteamericanos por ano até 2030 para fazerem face a dificuldades que lhes serão impostas palas mudanças climáticas”, revela o relatório.

Segundo o documento, embora os PMA’s historicamente contribuam pouco (um por cento) nas emissões de gases que estão a alterar o clima global, são os que sofrem maiores danos reais e económicos resultantes dos efeitos da mudança do clima comparativamente aos mais industrializados.

Por isso, o estudo recomenda que os fundos do financiamento para as mudanças climáticas poderiam ser usados para que a infra-estrutura existentes resistam aos efeitos das mudanças climáticas, custear a adaptação as comunidades, melhorar a sua capacidade de resposta a situações de emergência, assim como integrar a adaptação nos Documentos e Estratégias de Redução da Pobreza e políticas governamentais.

Estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revelam que os PMA’s receberam 358 milhões de Ajuda Pública ao Desenvolvimento relacionada com as mudanças climáticas, e direccionada essencialmente para a redução de emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa.

“O custo de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas será muito maior. Os países desenvolvidos assumiram compromissos específicos de aumentar a ajuda e promover a transferência tecnológica, compromissos que devem ser adicionais em relação aos fluxos financeiros existentes”, explica o relatório.

O documento destaca também a necessidade para a adopção de políticas nacionais fortes, incluindo a reguladora, a macroeconómica e a fiscal (subsídios), investimento inicial e efectivo planeamento. Este financiamento deverá ser alinhado com as estratégias de desenvolvimento nacional e promover a apropriação nacional.

O facto, segundo o UNCTAD, e’ que durante os anos de expansão económica (2002-2007 os PMA’s como um todo registaram taxas médias de crescimento de sete por cento, mas a sua dependência em relação as matérias-primas aumentou e a participação da indústria de transformadora reduziu.

“A expansão económica também parece ter tido pouco impacto na redução da lacuna de produtividade agrícola nos PMA’s. E tendo em conta que as respostas da oferta foram bastante fracas, a expansão das economias foi acompanhada de um aumento simultâneo na conta da importação de alimentos, que subiu de mais de nove biliões de dólares em 2002 para atingir 24 biliões de dólares em 2008.

Assim, os países mais pobres devem produzir de forma eficiente e competitiva uma gama de bens e serviços de maior valor acrescentado, através da expansão do investimento e inovação pois, caso contrário terão dificuldades de escapar a pobreza devido a sua dependência das exportações de matériasprimas e de produtos manufacturados de baixo valor acrescentado.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!