Vários jovens Santomenses indignados contra aquilo que chamam de “instalação de um regime ditatorial” em São Tomé e Príncipe apelam a Nelson Mandela para encontrar uma solução.
Numa carta endereçada ao ex-Presidente sul-africano, Nelson Mandela, os jovens Santomenses indignados pedem-lhe para intervir a fim de pôr fim a perseguições, detenções arbitrárias contra cidadãos com opiniões contrárias ao poder.
Nesta missiva de três páginas e assinada por três membros dos Santomenses Indignados (STP), pode ler-se que “há já nove meses que o país caminha para o regime ditatorial, onde um único homem assume o soberano”.
“É indisfarçável o desencanto ou a indignação do nosso povo face à imposição a que é submetido pelo Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, de um governo sem consentimento do povo de São Tomé e Príncipe contrariamente à nossa Constituição”, escreveram ao Prémio Nobel da Paz da África do Sul.
No mesmo documento foram denunciadas a não marcação da data das eleições e a perseguição das pessoas com opiniões contrárias que são interrogadas pelo ministério da Defesa.
Segundo os contestadores, a instalação da ditadura tornou-se mais evidente face à prisão do árbitro e funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros por este ter postado comentários, sobre a agressão de que uma equipa de arbitragem foi alvo por parte da equipa militar “6 de Setembro”.
Os STP Indignados condenam ainda o envolvimento do chefe de segurança do Presidente da República, o major Leopoldo Fernandes, no interrogatório ao árbitro detido num quartel.
Por estas razões, os STP Indignados pedem uma intervenção urgente a Madiba (Nelson Mandela) antes que se instale definitivamente um Estado ditatorial em São Tomé e Príncipe.
“Sonhamos com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que fomos feitos para vivermos como irmãos”, sublinha a carta.
