Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avôs e Avós
O mamparra desta semana é a Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia que mandou, por cima da lei, retirar os dísticos da edilidade de Quelimane que davam as boas-vindas ao Presidente da República, Armando Guebuza, que estava de visita àquela autarquia.
Para a CPE da Zambézia, os tais dísticos, que tinham a fotografia do edil local, Manuel de Araújo, constituíam uma espécie de pré-campanha eleitoral, uma vez que o autarca irá concorrer à sua própria sucessão. Ora, isso é um absurdo tendo em conta que não estamos em período eleitoral.
Naturalmente, o gabinete jurídico de Araújo, em tempo útil, tratou de protestar tal decisão eivada de arrogância soberba. Os doutos sábios da Comissão Nacional de Eleições (CNE), após a interposição do recurso da edilidade da terra dos palmares, trataram de chumbar tal atitude, que sem dúvida se configura política para um órgão que se espera neutro.
Este cenário atrás descrito parece de um árbitro a correr com o apito a apoiar uma das equipas numa época em que não há jogo.
Como o Presidente Guebuza, o Chefe de Estado, foi à Zambézia, onde naturalmente teria que aterrar em Quelimane, tinha, porque a Frelimo perdeu aquele município para a oposição, que ser “protegido” a qualquer custo?
Já que perguntar não ofende, por acaso a CPE da Zambézia recebe os seus ordenados na Presidência da República? De quem veio tal absurda ordem que feriu os mais elementares princípios de Estado de Direito Democrático? Do mais alto nível? A mando de quem?
Que pecado tem o Manuel de Araújo ao querer receber o “Papá Guebuza”, à sua dimensão de Estadista que ele merece? Não se pode querer brincar à democracia com órgãos eleitorais que têm posição, que são árbitros e jogadores em simultâneo.
Não se pode admitir este tipo de barbaridade numa altura destas. Já há muito reza o ditado:” é preciso matar o crocodilo enquanto pequeno”.
Esta introdução pode significar um exercício de grande escala na época eleitoral, que se configura em fraude massiva.
Não queremos ser uma Angola, não queremos ser um Zimbábuè, não podemos aceitar uma farsa ditatorial. E dizem que é democracia.
Basta de mamparras feitos àqueles que estão na Zambézia, fixos na CPE, sob pena de ali ser o ninho onde se vão parir as próximas víboras numa escalada sem precedentes.Abaixo os mamparras da CPE da Zambézia.
É que alguém tem que por um travão neste tipo de mamparices. Mamparras, mamparras, mamparras.
Até para a semana, juizinho e bom fim-de-semana!