Os Mambas são favoritos na Machava. É certo que, teoricamente a Tunísia tem mais qualidade no plantel e mais dinheiro no orçamento.
Até porque na comparação com Moçambique, a Tunísia é enorme e é precisamente por isso que tem de ter cuidado: o que não falta, no vale do Infulene, são histórias épicas de gigantes abatidos por Tico-Tico e companhia. Contudo, o favoritismo é quase sempre um fardo.
Afinal, ir ao CAN é, para Mart Nooiji, pouco mais do que uma obrigação e o contrário, caso suceda, pode ser um escândalo de proporções bíblicas. Em Abuja, na Nigéria profunda, a visita de Moçambique esteve perto de transformar num vulcão o National Stadium.
Moçambique jogava com o empate e, talvez, por ter entrado com essa ideia perdeu o jogo. Há muito tempo, porém, que não se via uns Mambas tão personalizados com a bola, assumindo transições rápidas e contra-ataques, em vez de especular com ela em posse, como vimos na Nigéria.
Perdeu na compensação, num golo de Obina, que deixou 20 milhões de moçambicanos enlouquecidos, mas em todo o jogo os Mambas mantiveram o controlo emocional, mesmo nos momentos de maior pressão.