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Mamadou Bâ 1930 – 2009 – 79 anos

Mamadou Bâ 1930 – 2009  –  79 anos

Figura histórica da oposição na República da Guiné (Conacri), Mamadou Bâ faleceu na passada segunda-feira, dia 26 de Maio, num hospital de Paris vítima de doença prolongada, anunciou na terça-feira a família à imprensa em Conacri. Em Dezembro último, Bâ havia sido evacuado para a capital francesa na sequência do agravamento do seu estado de saúde. Contava 79 anos.


Muçulmano e pertencente à etnia peul, uma das principais da Guiné, Bâ nasceu em 1930 em Boké no noroeste do país. Após ter efectuado os seus estudos no Senegal, onde se formou como economista e financeiro, Bâ regressou à Guiné em 1958, ano da independência do país, iniciando a sua carreira profissional no Banco Central de Cooperação – actual Banco Francês de Desenvolvimento – sendo o primeiro africano a atingir um alto cargo nesta instituição.

 

Como director central deste banco participa na criação da nova moeda nacional. Durante um curtíssimo período é nomeado Director do comércio externo no Ministério da Economia e Finanças. Pouco tempo depois, por razões políticas, é obrigado a abandonar o país conseguindo um lugar no Banco Mundial em Washington como seu funcionário internacional.

Em 1969, Sékou Touré, com a obsessão das conspirações, condena-o à morte por contumácia. Protegido por Félix Houphouet Boigny, Bâ refugia-se na Costa do Marfim criando uma empresa de casas pré-fabricadas. Após a morte de Sékou Touré, em 1984, Bâ regressa à Guiné e coloca a sua experiência ao serviço do país “para que mais nenhuma ditadura se instale”. Pura ilusão: Conté substituiu Touré mas os métodos ditatoriais persistiram. Consultor político, Bâ funda a UNR (União para a Nova República), um partido político que desempenhará um grande papel na instauração da democracia na Guiné.
Por duas vezes, em 1993 e 1998, apresenta-se ao pleito presidencial, mas em ambas é derrotado por Conté. Em 2004, escreve uma carta aberta ao general-presidente acusando-o de “reinar com toda a impunidade” e de ter “fracassado em todos os campos e levado o país para o abismo, após 20 anos de poder sem partilha.”

Era, desde 2007, o presidente honorário da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), partido do qual chegou a ser presidente e que actualmente é dirigido pelo antigo primeiro-ministro Cellou Dalein Diallo. Mamadou Bâ deixa mulher e duas filhas.

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