O Mali confirmou nesta quinta-feira o seu primeiro caso do Ébola, tornando-se no sexto país da África Ocidental a ser atingido pelo pior surto da história da febre hemorrágica, que já matou quase 4.900 pessoas. O ministro da Saúde, Ousmane Kone, disse à televisão estatal que o paciente de Kayes, na região oeste do país, é uma menina de dois anos que chegou recentemente da vizinha Guiné-Conacri, onde o surto começou.
“O estado da menina, de acordo com os nossos serviços, está a melhorar graças ao seu rápido tratamento”, disse o ministro à TV estatal.
Uma autoridade da Saúde, que preferiu não ser identificada, disse que a mãe da menina morreu na Guiné-Conacri há algumas semanas e que a criança foi trazida por parentes à capital do Mali, Bamako, onde ela permaneceu por 10 dias no bairro Bagadadji antes de ir a Kayes.
Um comunicado do ministério disse que a menina, que veio da cidade guineense de Kissidougou, deu entrada no hospital Fousseyni Daou, em Kayes, na noite de quarta-feira, onde ela foi rapidamente submetida a exames para detectar o vírus.
As pessoas que tiveram contacto com a paciente em Kayes já foram identificadas e colocadas sob observação, afirmou o ministro, mas ele apelou para qualquer pessoa que acredita ter tido contacto com a menina a apresentar-se.
A grande maioria das mortes e cerca de 10.000 casos da doença foram na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns casos também foram registados no Senegal e na Nigéria, o país mais populoso da África, mas esses países já foram declarados livres do Ebola pela OMS.
Os números oficiais são conhecidamente subestimados, e o verdadeiro número de mortos pode ser três vezes maior, a OMS disse nesta semana.
Um surto completamente separado na República Democrática do Congo, na África Central, também parece ter sido contido.
