A cidade de Nacala-Porto poderá, a qualquer momento, privar- se da energia eléctrica se medidas urgentes não forem tomadas, no sentido de travar a onda de sabotagem da linha que transporta a corrente eléctrica àquela cidade portuária.
Numa acção de vandalismo e atentatória ao desenvolvimento sócioeconómico da província de Nampula e daquela região, em particular, indivíduos desconhecidos roubam os parafusos e serram parte da estrutura de base das torres.
Na última Sexta-feira, 19 de Junho, uma equipa da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), acompanhada de alguns jornalistas, visitou a linha para avaliar a situação no terreno, tendo constatado que grande parte das 201 torres instaladas no troço entre Monapo e Nacala- porto foram sabotadas. Celestino Sitói, chefe do gabinete de Imagem e Comunicação na EDM, defende uma tomada de medidas urgentes, com o envolvimento de estruturas governamentais, em relação à grave.
Segundo Sitõe, bastará um pequeno vendaval na região para fazer desabar todas as torres mencionadas e, consequentemente, privar de energia eléctrica a cidade de Nacala-Porto e alguns distritos circunvizinhos. Na perspectiva de se estudarem alternativas para a solução deste problema, a EDM agendou para amanhã, Terça-feira, um encontro com alguns membros do governo provincial, dos distritos de Monapo, Meconta e Nampula, representantes das empresas de sucatas e outros quadros do sector público e privado.
O encontro tem, igualmente, em vista reactivar a comissão multi-sectorial de prevenção e combate do roubo e sabotagem de material eléctrico, além de definir estratégias tendentes à redução de actos de sabotagem em toda a província de Nampula.
Todavia, embora os dados oficiais apontem para uma ligeira redução de casos de sabotagem de material eléctrico no país, mercê das denuncias populares e do trabalho das autoridades policiais, a EDM estima em cerca de 750 mil dólares de prejuízos, por ano, em consequência desta prática. A alegada inércia das autoridades judiciais não ajuda a ultrapassar esta situação.
Esta alegação é justificada pelo facto de alguns indivíduos entregues à justiça há um ou dois anos, não terem sido ainda julgados.