Colunas de viaturas pesadas e ligeiras do Malawi têm vindo a cruzar a fronteira em direcção à cidade de Tete para compra, em quantidades elevadas, de combustível para comercializar naquele país vizinho com uma grave crise deste produto por falta de divisas para a sua importação.
Vários cidadãos moçambicanos residentes naquela cidade, incluindo dois jornalistas locais, contaram, esta segunda-feira, ao Correio da manhã que a província corre “sérios riscos” de ficar sem combustível por estar a ser adquirido por malawianos em quantidades elevadas para comercialização e pôr alguns sectores produtivos a funcionar.
Contudo, a informação não foi confirmada pelo Governo da província de Tete por dificuldades de comunicação. Os jornalistas contaram ainda que a crise de combustíveis no Malawi levou, semana finda, o Presidente Bingu Wa Mutharika a apelar à calma e compreensão aos seus concidadãos ante a grave crise de combustíveis que o seu país atravessa.
Dados comparativos
Fonte oficiosa moçambicana confirmou ao Cm a ocorrência destas práticas em quase todas as regiões fronteiriças de Moçambique, por os cidadãos dos países vizinhos saberem dos baixos preços que se praticam no nosso país, graças aos subsídios assegurados pelo Governo.
Efectivamente, enquanto em Moçambique os preços da gasolina, petróleo de iluminação e do gasóleo são na ordem dos 44Mt/litro, 26,52Mt/litro e 34,08Mt/litro, na África do Sul os mesmos combustíveis são vendidos a 44Mt/litro, 28,82 Mt/lt e 41Mt/lt, respectivamente, enquanto no Malawi estão a 58,Mt/lt, 31Mt/lt e 52Mt/lt.
Na Zâmbia a gasolina é vendida ao equivalente a 45,95Mt/l, 30,27Mt/lt de petróleo de iluminação e 43,24Mt/lt gasóleo, enquanto na Tanzânia praticam-se os seguintes preços: 42,62Mt/lt de gasolina, 28,72Mt/lt do petróleo de iluminação e 39,38Mt o litro de gasóleo.