O Malawi está a procurar obter uma linha de crédito de USD 50 milhões para pagar as facturas de importação de combustíveis líquidos para aquele país do hinterland, segundo informou o ministro malawiano das finanças, Ken Kandodo, no parlamento na última sexta-feira.
“Queremos garantir a disponibilidade do produto para que a economia funcione sem sobressaltos”, disse ele. O país é, praticamente, dependente das exportações do tabaco que rendem, em média, 400 milhões de euros/ano.
Entretanto, apenas as facturas da importação de combustível no Malawi variam entre 300 a 400 milhões de euros. Kandodo disse, por outro lado, que a situação em muito tem estado a prejudicar os motoristas, a economia e a população malawiana no geral.
Kandodo disse que essa escassez de combustível tinha sido agravada por uma ordem do Fundo Monetário Internacional (FMI) que ordenou que as receitas de todos os produtos do tabaco, que cobrem até 70 por cento das exportações do Malawi, deverão ser depositados em bancos comerciais e não no Reserve Bank of Malawi.
“Os bancos comerciais não eram prioridade sobre as importações estratégicas de combustíveis, fertilizantes, medicamentos e matériasprimas “, disse ele.
Kandodo disse que o governo inverteu a ordem do FMI e, a partir deste ano, todas as receitas do tabaco seriam depositadas no banco central para “Controle rigoroso”. O FMI e o Banco Mundial são os principais patrocinadores das difíceis reformas económicas daquele país.
O crescimento económico daquele país tem estado a subir nos últimos anos, o que aumenta largamente as necessidades locais em combustível. O Malawi, que tem mais de 120.000 veículos, queima mais de 30 milhões de litros de combustível/mês.
No ano passado, recorde-se, o governo malawiano acusou as autoridades moçambicanas de estarem a sabotar a economia do Malawi, alegadamente por não criar condições de fácil e rápida transição de camiões que buscam combustível nos portos moçambicanos para o território malawiano.