A Pathfinder Moçambique S.A. acaba de ser constituída para levar avante o projecto de areias pesadas em Moebase e Naburi, na província central da Zambézia.
Um comunicado de imprensa, a que a AIM teve acesso, indica que a Pathfinder Moçambique S.A. é agora a proprietária das licenças de exploração do potencial de Naburi e Moebase.
Segundo o comunicado, “este procedimento foi levado a cabo de acordo com a legislação vigente, respeitando, desta forma, os legítimos interesses do Estado”.
Assinado pelos representantes da empresa, nomeadamente Jacinto Veloso e Diogo Cavaco, o documento indica ainda que a ‘Patfinder Minerals PLC nunca foi detentora de qualquer licença de exploração mineira em Moçambique, uma vez que as licenças tinham sido obtidas, quer pela Companhia Mineira de Naburi, quer pela BHP Billiton”.
Em Fevereiro de 2006 havia sido criada a Companhia Mineira de Naburi (CMN), uma empresa de direito moçambicano, com o objectivo de explorar as areias pesadas ali existentes, tendo requerido a respectiva licença mineira.
Posteriormente, em 2009, esta empresa adquiriu da BHP Billiton a licença para explorar os jazigos de areias pesadas de Moebase, projectando implementar um grande projecto industrial com vista ao aproveitamento e exportação dos minerais ali existentes.
Neste processo foram identificados investidores moçambicanos e britânicos conhecedores dos mecanismos bolsistas e capazes de mobilizar os financiamentos necessários via Bolsa Secundária de Valores de Londres, a Alternative Investment Market.
De acordo com o comunicado da Patfinder Moçambique S.A., “foi assim assim que a Pathfinder Minerals PLC, cotada na AIM, se envolveu no processo promovido pela CMN.
Sucedeu, porém, que o comportamento dos quatro administradores da Patfinder Minerals PLC despertou negativamente a atenção, pelos abusos e ilegalidades praticadas”.
“Na realidade, os administradores da Patfinder Minerals PLC preocupavam-se com tudo menos com o investimento no projecto de Naburi e Moebase, tendo se constatado que os recursos financeiros obtidos, em vez de serem canalizados para o projecto para beneficiar os accionistas e o Estado moçambicanos, foram delapidados com outras finalidades”, sublinha o comunicado de imprensa.
Realça ainda que perante a gravidade desta situação, os accionistas moçambicanos e britânicos interessados em levar adiante o projecto de exploração das areias pesadas, e com vista a proteger os interesses dos investidores que entraram no projecto de boa fé e do Estado moçambicano, “decidiram fundar uma nova empresa, a Patfinder Moçambique S.A.”.
“Os investidores nacionais e estrangeiros conseguiram, desta forma, salvar o projecto e continuam a trabalhar para que este siga o plano já traçado e acordado com o Governo, de forma a começar a exploração dentro dos prazos estipulados”, conclui o comunicado. O projecto de areias pesadas em Moebase e Naburi, representa um investimento avaliado em mais de 500 milhões de dólares americanos.