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Mais um grupo de supostos sequestradores está a ser julgado em Maputo

Oito indivíduos acusados de serem os protagonistas de sequestros nas cidades de Maputo e da Matola encontram-se no banco dos réus a responder pelo respectivo crime, desde a manhã esta terça-feira (17). Tratam-se de Hélder Naiene, Bendene Chissano, Arsénio Chitsotso, Joaquim Chitsotso, Domenique Mendes, Albino Primeiro, Orquídio Chitsotso e Luís Manuel, que teriam sequestrado, entre 2011 e 2012, seis cidadãos nacionais de origem asiática, nomeadamente Abdul Latifo, Mohamed Yacoob, Darmendra Jaminadas, Abdul Cadir, Guidnissa Sucal e Guzar Satar.

Sobre os visados pesam os crime de roubo e cárcere privado praticados contra aqueles cidadãos. Eles respondem ainda por associação para delinquir e porte ilegal de armas de fogo.

No primeiro dia do julgamento, o arguido Bendene Chissano, de 39 anos de idade, ouvido esta terça-feira (17), pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, declarou-se culpado. Ele apontou como mandantes dos raptos e sequestros os cidadãos, Luís Carlos da Silva, Luís Mamboia e outro identificado somente pelo nome de Baptista.

O empresário Abdul Latifo foi sequestrado em Dezembro do ano passado quando se encontrava a sair da mesquita, por volta das 19h:00, tendo sido interpelado por indivíduos que se faziam passar por agentes de Investigação Criminal, na posse de um mandado de busca e captura.

Latifo não ofereceu resistência e foi introduzido numa viatura supostos dos sequestradores, sem chapa de matrícula e foi levado para o bairro de Malhampsene, no município da Matola, onde se localizava o cativeiro. Passado algum tempo, os familiares ficaram preocupados e foram informados por testemunhas que presenciaram o sequestro, de que Latifo teria sido sequestrado.

A vítima permaneceu quatro dias nas mãos dos raptores, findos os quais a sua família teria pago um resgate de mais de um milhão de meticais. Após o pagamento do valor, Latifo foi restituído à liberdade e posteriormente remeteu a queixa à Polícia.

Segundo consta dos autos do processo lido no início do julgamento, os seis supostos criminosos teriam se juntado para prática de raptos, com o objectivo final de exigir dinheiro dos familiares das suas vítimas. Para o efeito, os mesmos teriam arrendado uma casa na Matola, onde mantinham as vítimas durante alguns dias.

Os suspeitos de serem os mandantes desses actos que ainda geram temor em Maputo e Matola, nomeadamente Luís Carlos da Silva e Baptista é que contactavam telefonicamente as famílias das suas vítimas para negociar o resgate e ainda garantiam a alimentação dos sequestrados.

Entretanto, o arguido ouvido esta terça-feira refuta as acusações de cárcere privado praticado contra Guidssana Sacul e Mohamed Yacoob, afirmando-se inocente. Ele assumiu que apenas participou em três casos e dos restantes não. Ele contou ainda que após a sua detenção, a Polícia sujeitou-o a actos de tortura e tratamento desumano, forçando-o a prestar algumas declarações escritas pela própria corporação, caso recusasse a mulher seria violada.

Chissano já foi condenado em 2008 e possui 28 processos-crime na cidade e província de Maputo relacionados com sequestros. De referir que os restantes cinco arguidos serão ouvidos nos próximos dias do julgamento.

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