O ex-ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, é acusado de ter gasto pelo menos 2.250.202 meticais em pagamento de remunerações indevidas. É o segundo governante a ser indiciado de uso imerecido do erário, depois António Munguambe. Este foi condenado em 2010, a quatro anos de prisão por práticas similares, recebimento de uma viatura luxuosa e concessão de benesses a seus parentes.
No seu mandato, Paulo Zucula consentiu pagamento de remunerações a membros do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM). Os factos, segundo o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), foram cometidos em 2009.
O esquema envolve ainda Teresa Jeremias, ex-administradora do IACM, Amélia Abílio Levi Delane e Lucrécia Celeste Merícia Ndeve, ex-chefe de departamento financeiro e ex-directora geral da mesma entidade, respectivamente.
Este trio remunerava-se de adiantadamente e nunca chegou a devolver os valores aos cofres da instituição a que estavam afectos. Teresa Jeremias, por exemplo, aceitou ainda pagamentos impróprios de passagens aéreas a favor de seus familiares e mesmo sabendo que não tinha tal direito se manteve calada.
A acusação dos quatros visados já foi remetida ao Tribunal Judicial do Distrito de Ka Lhamankulu.