O percentual de mulheres que entram no mercado de trabalho aumentou sensivelmente nos últimos 30 anos, mas elas seguem ganhando menos que os homens, segundo um informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado esta sexta-feira, pouco antes do Dia Internacional da Mulher.
“Mais de uma década após a adoção por parte da 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres de Pequim de uma ambiciosa plataforma de ação, as desigualdades de gênero seguem fortes na sociedade e no mercado de trabalho”, diz o informe. Assim, apesar de alguns avanços, “existem fortes disparidades em termos de possibilidades de emprego e de qualidade de emprego”, acrescenta o documento intitulado “As mulheres no mercado de trabalho: medir os progressos e identificar os desafios”.
Entre os progressos, a OIT assinala que a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou de 50,2% para 51,7% entre 1980 e 2008, com uma progressão mais sensível nos anos 1980 e no início dos anos 1990. Enquanto isso, no mesmo período, a taxa de participação masculina diminuiu ligeiramente (de 82 para 77,7%) e o aumento da presença das mulheres no mercado de trabalho ocorreu “em todas as regiões, com exceção” da Europa Central e do Sudeste (fora da União Europeia), assim como da Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e do Leste da Ásia.
Entretanto, as mulheres “ainda não gozam dos mesmos benefícios que os homens no mercado de trabalho”, lamenta a principal autora do informe, Sara Elder, citada no comunicado da OIT. “Os homens não enfrentam essas mesmas limitações” e “ainda encontramos mais mulheres do que homens em empregos precários ou com baixos salários”. A autora acredita que é necessário adaptar o mercado de trabalho e as políticas sociais aos “valores e limitações próprios das mulheres e dos homens”.
Segundo a OIT, a taxa de desemprego mundial entre as mulheres aumentou de 6% para 7% em 2009, “ligeiramente” maior que a masculina.