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Maioria de partos ocorre sem luz

Mais de metade das unidades sanitárias com salas de parto em Moçambique não possui luz eléctrica, segundo indica o mais recente estudo de avaliação de necessidades em saúde materna e neo-natal divulgado semana passada.

Segundo o mesmo estudo, realizado pela Direcção Nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde (MISAU), no período entre Outubro de 2006 e Novembro do ano seguinte, cerca de 58.5 por cento das unidades sanitárias deste género em Moçambique não tem luz eléctrica. “A disponibilidade de energia piora a medida que se vai a periferia. A situação é mais grave nos Postos de Saúde, onde menos de 24 por cento tem energia eléctrica”, refere o estudo em poder da AIM.

O relatório indica que durante o estudo, o pessoal médico realizou 15.243 partos em diversos Postos de Saúde, parte dos quais desprovidos de luz eléctrica. “Deste total de partos, 10.087 aconteceram em Postos de Saúde sem energia”, lê-se no relatório. Face a esta realidade, algumas unidades sanitárias recorrem ao uso de velas e outras fontes alternativas de iluminação. Por outro lado, o estudo destaca que a disponibilidade de água limpa nas unidades sanitárias do país é melhor em relação a de electricidade. A semelhança do cenário em relação a disponibilidade de energia, a distribuição de água é mais desfavorável nas zonas periféricas.

“No global, durante a avaliação, constatou-se que 48.42 por cento das unidades sanitárias não têm água limpa nem potável, isto é não têm água canalizada, nem bomba de água, nem furo, nem poço protegido, nem um sistema de recolha de água da chuva”, refere a fonte. Assim, essas unidades sanitárias recorrem a fontes alternativas de água, como rios, poços, cisternas, entre outras fora do recinto da unidade sanitária, Durante a realização deste estudo, 24.27 por cento dos partos registados aconteceram em situações de falta de água.

Ainda na componente de infra-estruturas hospitalares, esta pesquisa constatou que 6.7 por cento das 364 unidades sanitárias estudadas realizam partos mesmo não possuindo uma sala convencional para este tipo de atendimento. Esta situação é mais acentuada na província nortenha de Nampula, onde 20.7 por cento das unidades sanitárias realizam partos sem possuir salas apropriadas.

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