A Guarda Civil espanhola anunciou nesta quarta-feira a desarticulação, junto com o FBI, da maior rede mundial de computadores “zumbis”, com mais de 13 milhões de computadores pirateados sob controle de três espanhóis, que foram detidos.
Uma quarta pessoa, de nacionalidade venezuelana, poderia estar envolvida, segundo a Guarda Civil, que mantém as investigações. Estes “computadores zumbis”, espalhados por mais de 190 países, eram controlados pelos delinquentes que criaram esta rede, por meio da qual podiam obter dados pessoais, principalmente bancários, ou enviar spans.
Esta é “a maior rede de computadores escravos já descoberta”, explicou em uma entrevista coletiva à imprensa o tenente coronel José Antonio Berrocal, chefe da unidade especializada em cibercrimes da Guarda Civil. São computadores particulares, mas também empresas privadas e organismos públicos. No computador do responsável por esta rede, detido em fevereiro no País Basco (norte), a Guarda Civil obteve informações pessoais de mais de 800.000 usuários.
Segundo os agentes, o responsável por esta rede não tem um padrão de vida elevado e que vivia dessa atividade, alugando a rede com fins delituosos, sem estar consciente da magnitude de seus crimes. “Pelo número de computadores que a integram, esta é provavelmente uma das maiores redes detectadas até hoje. Com esta rede, seria possível realizar um ataque de ciberterrorismo muito superior aos realizados contra Estônia e Geórgia”, de acordo com um comunicado da Guarda Civil espanhola.
A chamada rede “Borboleta” foi detectada em maio de 2009 por técnicos da empresa canadense Defence Intelligence. O FBI iniciou então a sua investigação e descobriu que um cidadão espanhol poderia estar envolvido. Em seguida, o caso foi passado para a Guarda Civil. A rede foi bloqueada em dezembro de 2009 “de forma coordenada em nível internacional”, segundo o comunicado. Depois do bloqueio, a canadense Defence Intelligence sofreu um ataque em seus sistemas, que a Guarda Civil considera uma vingança por parte dos membros da rede. Os três envolvidos foram detidos em fevereiro.
O responsável, de 31 anos, foi detido em sua casa, e os outros dois, de 30 e 25 anos, são das regiões de Murcia (sudeste) e da Galícia (noroeste).