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Maduro substitui ideólogo económico do governo Chávez

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, Domingo (21), uma ampla reestruturação de gabinete que tira o Ministério das Finanças de Jorge Giordani, um dos mentores dos complexos controles cambiais e de preços aplicados há uma década no país.

Maduro, que tomou posse, Sexta-feira, para governar até 2019, alterou o ministério em meio a uma crise causada pelas denúncias oposicionistas de fraude nas eleições presidenciais deste mês.

O substituto de Giordani será Nelson Merentes, que dirigia o Banco Central e ocupará também a nova vice-presidência económica.

“Tenho grande confiança em Nelson Merentes, nos conhecemos há muitos anos… Vamos fortalecer o Cadivi, a Sicad e todos os mecanismos que forem necessários”, disse Maduro, citando órgãos envolvidos no rigoroso controle de divisas no país.

Giordani, um reservado académico marxista e um peso pesado na administração do ex-presidente Hugo Chávez, agora vai dedicar-se exclusivamente à pasta do Planeamento. Apelidado de “Monge” por sua dedicação ao trabalho e por seu estilo austero, ele foi um dos mentores económicos do chavismo.

“Ninguém acha que o modelo mudou, mas enfraquecer Giordani é positivo (para a iniciativa privada)”, escreveu Asdrúbal Oliveros, director da consultoria Ecoanalítica. Na reforma ministerial, foi mantido Rafael Ramírez como ministro de Petróleo e Mineração, um cargo que controla 90 por cento das divisas estrangeiras que entram na economia local por intermédio da estatal petrolífera PDVSA.

Maduro fez 17 mudanças em 31 ministérios, o que contrasta com o estilo do seu padrinho político Chávez, que sempre fazia mudanças homeopáticas e preferia as trocas de posições.

“Queremos um governo mais socialista, mais humano”, afirmou o presidente. Pelo Twitter, o candidato derrotado nas eleições presidenciais, Henrique Capriles, ironizou a reforma ministerial, dizendo que a troca de cargos entre funcionários acusados de serem ineficientes ou corruptos é “mais do mesmo”.

Maduro nomeou vários comandantes militares para secretarias de Estado e agradeceu ao apoio que lhe foi dado pelas Forças Armadas desde que Chávez, morto mês passado vítima de cancro, indicou-o como seu herdeiro político.

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