A Macedônia vota no próximo domingo, 22 de março, em eleições presidenciais e municipais, em um processo que pode ser fundamental para as esperanças desta ex-república iugoslava de se tornar membro da União Europeia (UE).
Quase 1,8 milhão de macedônios foram convocados para escolher um novo presidente para os próximos cinco anos e prefeitos e vereadores das principais cidades. As autoridades previram reforçar as medidas de segurança para evitar distúrbios como os das eleições legislativas de junho de 2008 nas áreas de população albanesa, nos quais uma pessoa morreu e várias foram feridas em tiroteios.
O responsável europeu da ampliação da UE, Olli Rehn, considerou que estas eleições são “o momento da verdade” para a Macedônia, que ainda não começou as negociações de entrada no bloco quatro anos depois de ter se tornado candidata oficial.
“A principal questão é a capacidade de cumprir com os padrões internacionais para a realização de eleições livres e justas”, afirmou Rehn.
A Macedônia está sob pressão para melhorar em termos de justiça e luta contra a corrupção, mas suas esperanças de entrar na UE e na NATO também se veem ameaçadas por um diferendo com a Grécia em torno de seu nome.
A Grécia, que é contra a denominação Macedônia para a nação vizinha porque este é o nome de uma de suas regiões, vetou ano passado a entrada do país na NATO.
As Nações Unidas reconheceram a Macedônia em 1993 com o nome de “Ex-república iugoslava da Macedônia”, após o colapso desse país do leste da Europa. Estas eleições serão as quartas presidenciais e municipais do país desde sua independência em 1991.
O principal desafio dos candidatos será motivar os eleitores, desiludidos com a lentidão das reformas e os crescentes sinais de crise econômica, com uma taxa de desemprego de 35,2% em 2008 e uma renda per capita de 4.683 dólares.
O candidato do governo atual, do partido conservador VMRO-DPMNE, George Ivanov, lidera as pesquisas, mas ele não deve obter votos suficientes para evitar o segundo turno, marcado para 5 de abril. Atrás dele, aparece o ex-ministro do Interior e das Relações Exteriores Ljubomir Frckoski, candidato do principal partido da oposição, a União Social Democrata (SDSM), que governou o país nos primeiros anos após a independência. O terceiro candidato, Imer Selmani, que representa a população de etnia albanesa, tem se esforçado para atrair os eleitores de todos os grupos étnicos.
Dos 2,2 milhões de habitantes do país, 64,2% são macedônios e 25,2% albaneses. O restante da população inclui minorias turca e sérvia, segundo o último censo, de 2003.