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Má gestão da terra gera conflitos no distrito de Monapo

A população do distrito de Monapo, na província de Nampula, Norte Moçambique, queixa-se de uma alegada escassez da terra, sobretudo para a prática de actividades agrícolas. Segundo a mesma, a situação está a assumir contornos preocupantes uma vez que já há focos de oportunismo e, consequentemente, conflitos. Há gente que está a ganhar dinheiro arrendado pequenas parcelas.

Este problema agrava-se na medida em que se acentua o número de investidores que têm amplos interesses no ramo agrícola. As comunidades, que parecem estar sensibilizadas para aceitar esta realidade vigente um pouco por todo o país, está a arrendar as suas parcelas a pessoas que pretendam desenvolver projectos agrícolas. Quem por ventura não tem “espaço” apela ao outro e no fim do mês paga um X.

Entretanto, as autoridades locais consideram ilegal o procedimento tomado pelas comunidades alegadamente porque a terra é propriedade do Estado e não pode ser hipotecada. Na localidade de Nacololo, no Posto Administrativo de Monapo-Sede, local onde foram reassentadas centenas de famílias para dar lugar à implantação do projecto da Matanuska destinado à produção da banana em moldes comerciais, o ambiente não é animador.

A essa situação junta-se o caso de várias famílias que se encontram em Metocheria, oriundas de diversas zonas e que escalaram aquele lugar à procura de oportunidades de emprego. Por causa do insucesso dos seus objectivos, algumas dedicam-se à revenda da banana. Outras arrendam terras dos naturais e pagam um valor não inferior a mil meticais por hectare. Quem não tem o dinheiro para o efeito é obrigado a assinar um acordo que consiste na entrega de uma parte dos rendimentos da sua actividade agrícola aos legítimos proprietários do espaço.

O arrendamento já virou uma prática vulgar naquela zona residencial, segundo avançou Chicra Mucapera, o secretário do povoado. “Não estamos a vender terra, mas sim, estamos a promover a exploração de espaços dentro das nossas zonas jurisdicionais. Existem pessoas interessadas em trabalhar a terra para produzir comida e não podemos impedir isso. A estratégia de arrendar era, há muito tempo, praticada pelos nossos antepassados”, defendeu.

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