A crise de hipertensão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu na noite de quinta-feira o obrigou a cancelar sua viagem ao Forum Econômico Mundial (WEF) de Davos, onde receberia nesta sexta-feira o prêmio de “Estadista Global”. A Presidência e o médico particular de Lula, Cléber Ferreira, garantiram que o estado do dirigente é bom, no entanto, Lula foi orientado a descansar e teve que cancelar todas as atividades previstas em sua agenda para os próximos dias.
Lula, 64 anos, encerra este ano seu segundo mandato no comando do país, com uma popularidade nas alturas (80%). A Constituição brasileira não o autoriza a candidatar/se para um terceiro mandato consecutivo.
O presidente gastou muita energia nos últimos meses, dividindo-se entre o cenário internacional, no qual se tornou um dos principais atores, e viagens cansativas em todo o Brasil, onde entrou em pré-campanha para apoiar sua candidata à eleição presidencial de outubro, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
Lula é conhecido no país pelo alto número de viagens, tanto no Brasil como no exterior. Ele devia decolar de Recife rumo à Suíça na noite de ontem, mas passou mal antes de embarcar e o médico Ferreira recomendou a internação. “O presidente passou mal durante a noite, e os médicos recomendaram a ele que ficasse de repouso. Ele teve uma semana intensa, e estava realmente esgotado. Assim, foi decidido cancelar a viagem que ele faria a Davos”, declarou à AFP um porta-voz da Presidência.
O presidente reclamara no dia anterior de dores no peito e na garganta, e apresentava sintomas de gripe, além do cansaço. Quando já estava no avião que o levaria para a Suíça, seu médico particular decidiu verificar novamente sua pressão. Constatando que estava anormalmente elevada, “recomendou que Lula fosse hospitalizado”, relatou o porta-voz. “Mas agora ele está bem”, insistiu.
Ferreira, confirmou à imprensa que “o quadro geral do presidente é bom”. Lula deixou Recife pela manhã rumo a São Bernardo do Campo, onde deverá descansar até domingo, informou à AFP um porta-voz do Hospital Português de Recife. Em Davos, Lula devia receber na sexta-feira o prêmio de “Estadista Global”, três dias depois de aparecer – como sempre faz – no Foro Social Mundial de Porto Alegre, que está em sua décima edição.
