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LTM pondera decretar falência devido ao conflito armado no troço Muxúnguè-Rio Save

LTM pondera decretar falência devido ao conflito armado no troço Muxúnguè-Rio Save

A empresa de transporte interprovincial de passageiros, Linhas Terrestres de Moçambique (LTM), pondera encerrar as portas por causa dos prejuízos financeiros que tem estado a acumular em consequência dos ataques a colunas de viaturas escoltadas no troço Muxúnguè-Rio Save, na Estrada Nacional número Um (EN1).

Na sequência dos vários ataques que têm sido protagonizados por homens armados naquela zona, na manhã segunda-feira (09), um autocarro da LTM, que fazia o trajecto Beira-Maputo, foi atingido num tiroteio protagonizado por mesmos homens numa zona entre Muxúnguè e Rio Save. Duas mulheres ficaram feridas e o motorista da firma contraiu lesões na face, sobretudo num dos olhos, devido aos estilhaços do vidro frontal atingido por um projétil.

Subhan Mustafá, director administrativo e sócio da LTM, explicou ao @Verdade que os homens armados intensificaram os ataques no troço Muxúnguè-Rio a partir de Novembro. No período eleitoral as viagens foram canceladas durante quinze dias e os prejuízos foram avultados. Poucas pessoas têm estado a viajar via terrestre por causa do medo de arriscar as suas vidas. Apenas viaja quem não tem opção de ir de avião ou por uma questão de urgência. Nesta época do ano, de festas e férias, as pessoas deslocam-se para as províncias com vista a visitar familiares, porém, a procura pelos transportes é baixa por isso o negócio já não rentável.

“Estamos a manter-nos no negócio com fundos próprios, com autocarros que fazem longo percurso e de luxo. Hoje, a TCO e a INTERCAPE fecharam as portas por causa desses ataques e a seguradora não paga em casos de guerra ou catástrofes naturais. A empresa terá que arcar com as despesas a 100%, o que não é fácil porque os valores em causa são altos. Neste momento, praticamente estamos parados. Mas os salários continuam a ser pagos, as despesas correntes, os impostos, os financiamentos bancários e a renda das instalações continuam também”, contou Subhan Mustafá.

A empresa a que nos referimos estimava ter nesta altura do fim do ano 10 autocarros a circularem, mas conta com apenas três, os quais fazem viagens com muita pouca gente. A LTM já sofreu ataques duas vezes e, felizmente, a primeira vez os danos foram poucos, pois os militares conseguiram colocar homens armados a fugir em debandada. Todavia, desta vez não houve sorte, principalmente porque os referidos autocarros estavam no meio da coluna da escolta militar.

“Os militares ficam muito a frente ou muito atrás, não havia quem pudesse socorrer. Debatemos o assunto com a associação dos transportadores e descobrimos que estamos todos na iminência da falência.” Ao terminar, Subhan Mustafá apelou ao Governo e à Renamo para que se entendam, façam as pazes com vista a pôr fim aos ataques porque estão a ceifar vida humana e contribuem negativamente na economia do país.

O interlocutor queixou-se, também, da aparente indiferença de certos órgãos de informação, que, na sua opinião, não estão supostamente a mostrar o que realmente acontece no troço Muxúnguè-Rio.

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