Um dos maiores problemas que as pessoas com deficiência auditiva encontram nas comunidades é a dificuldade de comunicação com os ouvintes. Este problema geralmente tem impossibilitado os surdos a obterem informação desejada, quer ao nível familiar e não só.
Para inverter este cenário, o Núcleo para o Desenvolvimento de Surdos de Mocambique (NUDESMO), em parceira com a Embaixada dos Estados Unidos da América, está a promover na Beira cursos de formação de activistas em matéria de lígua de sinais.
Recentemente um grupo composto por vinte activistas, dos quais dez deficientes auditivos e os restantes ouvintes, beneficiaram dessa formação na Beira.
Os formados estão agora a disseminar os ensinamentos beneficiando outros surdos e respectivas famílias, nomeadamente no Bairro da Munhava, o primeiro a acolher essa experiência.
De acordo com o Presidente do NUDESMO, Luís Jeque, os activistas para além de disseminarem o domínio da língua de sinais nas comunidades, está igualmente a promover campanhas de sensiblização em matéria do hiv sida e da Malária, privilegiando indivíduos portadores da deficiência auditiva.
No âmbito da dinamização do processo de comunição ente indivíduos surdos e ouvintes, a NUDESMO, segundo o seu Presidente, pretende promover mais acções de formação sobretudo de inérpretes por forma a abranger maior número possível de beneficiários.
A formação de intérpretes, segundo deu a conhecer Luís Jeque, vai revolucionar a comunicação entre os surdos e ouvintes, sobretudo porque os surdos passarão a estar habilitados sobre como solicitar a informação que desejam, bem como levantar questões sobre determinados aspectos que pretendam dominar, tanto ao nível familiar, de amigos, colegas, etc., etc.
A NUDESMO foi fundada em 2007, tendo como objecto social lutar pelo respeito da pesssoa portadora da deficiência auditiva. Em Moçambique, apesar da Constituição da República estabelecer igualdade de direitos e oportunidades entre os indivíduos, constata-se, porém, que os deficientes ainda enfrentam dificuldades sérias para a sua inserção na sociedade, queixando-se geralmente de discriminaçao.