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Líderes da África cancelam visita a Mali por temor à violência

Os aviões que levavam os presidentes da África Ocidental para um encontro com a nova liderança militar de Mali, esta Quinta-feira, foram obrigados a abandonar a missão em pleno voo, depois de os protestos contra a interferência estrangeira, depois do golpe da semana passada, ter tomado conta da principal pista do aeroporto da capital.

Uma autoridade da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) afirmou que a reunião, que pretendia pressionar os líderes do golpe a restaurar rapidamente a ordem constitucional depois da deposição do presidente Amadou Toumani Touré, poderá ser remarcada para Sexta-feira se a segurança permitir.

“O encontro foi cancelado depois de a junta ter permitido que os manifestantes entrassem na pista, ao contrário do compromisso feito aos ministros estrangeiros numa reunião, Quarta-feira”, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.

“Compreensivelmente, isso criou um temor quanto à segurança, obrigando os chefes de Estado a suspender a sua chegada.”

Centenas de manifestantes pró-junta, alguns carregando faixas com as mensagens “CEDEAO, deixe-nos resolver os nossos próprios problemas” e “CEDEAO, a vergonha da África”, invadiram brevemente a pista do aeroporto de Bamako antes de o líder militar, capitão Amadou Sanogo, convencé-los a sair.

Os vizinhos regionais afirmaram que estão preparados para usar as sanções e uma possível força militar para destituir os novos líderes do Exército do Mali, enquanto os Estados Unidos e a França condenaram o golpe.

Cinco chefes de Estado, da Costa do Marfim, Níger, Benin, Burkina Faso e Libéria, reuniram-se no aeroporto de Abidjã,  tarde desta Quinta-feira, para discutir o próximo passo, enquanto o sexto membro da delegação, o nigeriano Goodluck Jonathan, ficou na Nigéria, disseram as fontes.

O golpe durante a noite, visto como um revés para frágeis conquistas democráticas na África, foi desencadeado pela ira do Exército com a forma como Touré lidou com uma rebelião tuaregue no norte de Mali, que, nas últimas semanas, ganhou o terreno.

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