A liderança do Congresso Nacional Africano (ANC) no poder na África do Sul solidariza-se com o líder da liga juvenil deste partido (ANCYL), Julius Malema, que defende a “morte aos boers por serem violadores de mulheres”.
O posicionamento do ANC foi expresso publicamente pelo porta-voz deste partido, Jackson Mthembu, que diz não ver nenhum mal em se entoar esse cântico dos tempos da luta armada contra o regime segregacionista, alegadamente por se tratar de “uma velha canção revolucionária”.
A entoação deste hino na terça-feira numa universidade em Joanesburgo com Malema como maestro suscitou cólera no seio de alguns sectores sul-africanos, principalmente junto da população branca e de alguns partidos da oposição, que a consideram “desajustada à conjuntura”. Acusem o ANC Para Mthembu, se alguém existe por ser censurado por causa desta canção é o próprio ANC, “autor da letra, antes de Julius Malema nascer”.
No entender de Malema, os boers podem ser perdoados por aquilo que fizeram aos negros, mas estes nunca devem se esquecer dos males infligidos aos pretos durante a vigência da política de apartheid na África do Sul. Ele sublinhou inclusivamente que “Nelson Mandela ensinou aos sul-africanos a perdoarem os brancos, mas que não se devem esquecer do que fizeram durante a discriminação racial”.
Por seu turno, o porta-voz da Comissão dos Direitos Humanos da África do Sul, Vincent Moaga, convidou a todos aqueles que se sentiram ofendidos com as declarações/canção de Malema para submeterem uma queixa nesta instituição. Curiosamente, horas depois de Jackson Mthembu manifestar o seu apoio a Malema foi detido pela Polícia, alegadamente por ter sido surpreendido a conduzir uma viatura em estado de embriaguez.