O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reafirmou no último sábado, em Sofala, que não pretende fazer outra guerra e que por mais que o quisesse, não o anunciaria pois “a guerra não se avisa”. Dhlakama fez estas afirmações poucas horas após mais um confronto armado envolvendo, alegadamente os seus homens e forças mistas do Governo no distrito de Muanza, na província central de Sofala.
Dhalakama, que falava após um encontro com uma delegação do Observatório Eleitoral, referiu que o que o seu partido quer todos sabem, e não é a guerra. “Quando iniciámos a guerra em 1977 ninguém sabia quem era André Matsangaissa nem quem era Afonso Dhlakama. (…) nós não queremos a guerra. A guerra não se avisa”. Apesar desta promessa, o presidente da Renamo diz que os seus homens continuarão a reagir sempre que forem atacados e “se a Frelimo continuar a atacar-nos, a escravizar-nos e a adiar a esperança do povo, não restam dúvidas de que podemos aceitar o sacrifício mais longo que o dos 16 anos”.
O confronto deste sábado, já confirmado pelo Governo, na voz do Ministro da Defesa, Filipe Nyussi, foi o terceiro ataque, atribuído aos homens da Renamo, em menos de dois meses. O ataque foi contra um posto policial da estação ferroviária de Samacueza, no distrito de Muanza, na província de Sofala.
Segundo o Governo do ataque não resultaram vítimas nas forças governamentais contudo fontes não oficiais disseram ao nosso jornal que houve feridos e vítimas mortais.
Novas condições para encontro com Guebuza
Relativamente ao seu encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza, o líder da Renamo impõe uma nova condição. Diz ele que o encontro deve acontecer a 20 quilómetros de Santundjira, caso contrário que sejam retiradas as Forças de Defesa governamentais que “povoam” o distrito de Gorongosa para que ele possa se deslocar a Maputo. “Retirem as forças e assim posso ir mais longe, incluindo Maputo e Beira”, disse Dhlakama.
Refira-se que o Presidente da República, Armando Guebuza, escalará nos próximos dias na província de Sofala, onde fará a Presidência Aberta, porém, o seu porta-voz, Edson Macuácua, já veio a público anunciar que não está agendado nenhum encontro com o líder da “Perdiz”.