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Líder da oposição síria diz estar pronto para negociar com Assad

O chefe da principal coligação de oposição da Síria, Mouaz Alkhatib, disse, esta Quarta-feira (30), que está pronto para manter conversas com representantes do presidente Bashar al-Assad fora da Síria se as autoridades libertarem dezenas de milhares de detidos.

As autoridades sírias declararam, esta semana, que as figuras políticas da oposição poderiam voltar a Damasco para um “diálogo nacional” e que quaisquer acusações contra eles seriam descartadas.

Esses comentários seguiram um discurso que Assad proferiu há três semanas em que ele pediu por negociações de reconciliação, mas disse que não haveria diálogo com adversários que ele chamou de “terroristas”.

Assad vem tentando reprimir um levante de 22 meses, que começou em Março de 2011 com, principalmente, protestos políticos pacíficos, mas transformou-se numa guerra civil na qual 60 mil pessoas já morreram.

Os seus comentários foram rejeitados pela maioria das figuras da oposição, que insistem na sua saída como uma pré-condição para negociações, mas Alkhatib pareceu suavizar essa postura ligeiramente.

“Estou preparado para sentar directamente com os representantes do regime sírio no Cairo, Túnis ou Istambul”, afirmou Alkhatib num comunicado na sua página no Facebook.

Ele estabeleceu duas condições próprias: a libertação do que ele disse serem 160.000 detidos em prisões sírias e instalações de inteligência, e instruções para embaixadas sírias para emitir novos passaportes para os sírios cujos documentos tinham expirado.

Enfatizando as diferenças contínuas entre os inimigos de Assad, o Conselho Nacional Sírio, órgão de oposição que tem alguns dos seus membros representados no conselho de Alkhatib, imediatamente distanciou-se dos comentários dele.

“O povo sírio está a pagar um preço alto para conseguir o seu direito à plena liberdade… O Conselho Nacional Sírio afirma o seu compromisso absoluto com a vontade do povo sírio, e rejeita qualquer acordo com o regime sírio ou negociação com ele.”

Assad anunciou no início de Janeiro planos para uma conferência de reconciliação com figuras da oposição “que não traíram a Síria”, embora ele tenha dito que primeiro deve ser posto um fim ao financiamento regional e armamento dos rebeldes que lutam para derrubá-lo.

“Devemos falar com as quadrilhas recrutadas no exterior que seguem as ordens de estrangeiros? Deveríamos ter diálogo oficial com um boneco feito pelo Ocidente, que tem as suas falas escritas?”, disse.

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