O Governo líbio desmentiu, Quarta-feira (27), as acusações de torturas contra o ex-primeiro-ministro, Al-Baghdadi Al-Mahmoudi, em detenção desde a sua extradição da Tunísia em Junho último.
O vice-ministro da Defesa, Khaled Al-Chérif, cumulativamente ditector da Administração Penitenciária, desmentiu formalmente estas informações espalhadas pelos advogados de Al-Mahmoudi, sublinhando que este último está em «boa saúde».
Segundo ele, o ex-primeiro-ministro “não sofreu de nenhum mau trato e goza de todos os seus direitos, em conformidade com as leis e os regulamentos internacionais e conforme os princípios dos direitos humanos”.
Para o governante líbio, as declarações do advogado tunisino de Al-Baghdadi são motivadas por considerações de política interna na Tunísia.
O advogado tunisino, Mabrouk Kurchid, lembre-se, afirmou que o seu cliente sofreu violentas torturas e que estava “num estado crítico que poderá provocar a sua morte” .
«Desde a sua extradição pelas autoridades tunisinas, em Junho de 2012, Al-Baghdadi Al-Mahmoudi está preso na cadeia militar de Tripoli. Nós deploramos e condenamos as medidas escuras e fora da lei praticadas contra Al-Badghdadi Al-Mahmoudi e que violam os princípios mais elementares de uma Justiça equitativa”, indica um comunicado divulgado pelos advogados Pierre Olivier Sur, da Ordem dos Advogados de Paris; Mabrouk Kurchi e Mahdi Bouawaja.
As autoridades tunisinas extraditaram em Junho Al-Mahmoudi, fazendo dele o primeiro alto responsável do ex-regime a ser julgado na nova Líbia. Ele foi apresentado, em Novembro último, à Justiça por acusações de corrupção e de incitação à violação sexual coletiva cometida durante a luta que fez destituir o ditador Kadafi em 2011.