O Presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi empossado sábado para um novo mandato de cinco anos depois da proclamação pelo Conselho Constitucional da sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais de 28 de Novembro diante do opositor Alassane Ouattara, que foi declarado vencedor pela Comissão Eleitoral Independente (CEI).
Segundo Laurent Gbagbo, a cerimónia de emposse põe fim a uma maratona “que não terminou com a sinfonia que desejavámos, porque estamos a construir a República e a democracia e para que a República seja forte ele deve estar assente na democracia (…)”.
Fazendo alusão à crise na Costa do Marfim, ele sublinhou que as crises em África resultavam geralmente do desrespeito da lei, do Direito e dos procedimentos a eles relativos. Relativamente à CEI, no centro duma polémica depois de anunciar a vitória de Alassane Ouattara, Laurent Gbagbo prometeu reformas profundas. “A CEI é uma estrutura administrativa, ela não é uma jurisdição. Ela foi bloqueada porque os debates políticos foram transpostos, portanto isto deve ser corrigido. Há um leque de reformas a prever na CEI”, adiantou.
Durante o seu novo mandato de cinco anos, Laurent Gbagbo prometeu trabalhar com todos os países do mundo “no respeito da soberania da Costa do Marfim e da sua soberania”, deplorando “os casos graves de ingerência de algumas nações na gestão e na organização das eleições, bem como na proclamação dos resultados do escrutínio de saída de crise”. “Ainda temos muito trabalho a fazer para compreendermos o sentido da República e da democracia”, concluiu o Presidente ivoiriense.
A cerimónia de emposse decorreu na ausência do primeiro-ministro Guillaume Soro e de numerosos embaixadores acreditados na Costa do Marfim.
