Cinco pessoas (quatro das quais crianças e um adulto) perderam a vida e outras quatro contraíram ferimentos, entre ligeiros e graves, em resultado de um acidente ocorrido esta terça-feira na Rua 33, no bairro de Massange, na Manga, cidade da Beira, envolvendo um carro de marca Nissan Cedric, com matrícula AAB 362 SF roubado sexta-feira no parque da Hina Motores, na cidade da Beira.
Segundo o jornal Diário de Moçambique, o sinistro foi causado por excesso de velocidade, aliado ao descontrolo do motorista do referido veículo, identificado por José Domingos, o qual, depois do acidente, pôs-se em fuga, abandonando todas as vítimas no local, incluindo os restantes três comparsas seus que levava no interior do carro.
A Polícia, citada pelo jornal Diário de Moçambique, afirmou que a viatura que se envolveu neste acidente foi extraviada sexta-feira à luz do dia por indivíduos desconhecidos no parque denominado Hina Motores, os quais, fazendo-se passar por compradores de veículos automóveis importados, sumiram com o carro após terem sido autorizado a experimentá-lo.
O carro, que já era procurado pelas autoridades policiais, só foi identificado e recuperado ontem totalmente destruída, depois de atropelar mortalmente as quatro crianças e uma mulher de 39 anos. A última criança, de 14 anos, perdeu a vida no Hospital Central da Beira (HCB).
Testemunhas do acidente disseram que na altura do sinistro a viatura seguia com quatro jovens, nomeadamente Eugénio Óscar, de 20 anos de idade, Domingos António (26 anos), Pedro Simão (26 anos) e José Domingos, ora em parte incerta. Suspeita-se que os indivíduos em causa, um em estado considerado grave no HCB (Pedro Simão) tenham sido os mesmos que na sexta-feira roubaram aquela viatura no parque da Hina Motores.
Uma fonte daquela empresa, que não quis revelar o seu nome, confirmou o roubo e disse que quando se fez ao local o grupo era constituído por três elementos, os quais fingiram ser compradores de viaturas. “Eles apreciaram o carro e disseram que queriam comprar, mas para facilitar as negociações pediram para fazer experiência e nós aceitamos. Já no interior da viatura não quiseram mais dialogar. Ligaram o carro e saíram em alta velocidade. Isto aconteceu numa altura em que eu estava a atender uma chamada”, disse.
A nossa fonte disse ainda que quando o grupo sumiu no interior da viatura encontrava-se parte da documentação da mesma, o que, apesar de a situação ter sido reportada à Polícia, facilitou a que os larápios circulassem à-vontade na Beira até o cometimento do acidente.
Grupo envolvido em outros crimes
Antes do acidente na Manga, os supostos ladrões de viaturas atropelaram ligeiramente um vendedor de recargas na passagem de nível quando este tentava reaver o seu produto, depois de se ter dado conta de que o grupo pretendia adquirir crédito usando uma nota falsa de mil meticais, a qual já se encontra nas mãos da Polícia.
“Quando chegaram aqui tiraram uma nota falsa de mil meticais e antes de pedir crédito exigiram que lhes passasse o troco. Depois de dar o troco me dei conta de que o dinheiro era falso, tentei reagir, mas era tarde, pendurei-me no carro já em marcha e minutos depois cai e fiquei neste estado”, disse Tomé Felizardo, vítima da acção dos referidos larápios.
Para a Polícia, a atitude deste grupo revela claramente que está envolvido em vários esquemas ilícitos. “Para além do acidente, estes indivíduos usaram dinheiro falso e são acusados de roubo de viatura. Um deles dizem que fugiu e neste momento estão em custódia policial três elementos. Eles deverão responder por estes actos”, disse uma fonte da PRM.