Titulares do Fórum de Cinema de Curta Metragem, KUGOMA, juntamente com jornalistas culturais e estudantes de cinematografia no país efectuaram, na pretérita segunda-feira (219, uma visita guiada ao Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema (INAC), com o propósito de transformar, por enquanto, aquele lugar num museu da sétima arte.
A visita incluiu diversos departamentos do edifício, desde os arquivos, o arejamento – onde faziam a reposição das fitas danificadas -, a biblioteca, a sala de projecções e até os objectos usados para levar as imagens ao público moçambicano e não só.
Guiada pelo mais antigo e experiente guardião do INAC, Cristiano Castigo Uamusse, o passeio transformou-se numa série de esclarecimentos que vingavam dentro de cada presente. Reformado há dois anos, há que testemunhar: Cristiano é um verdadeiro entendedor do cinema.
Questionado sobre o actual estágio do cinema em Moçambique, Castigo diz que, embora com deficiência, a sétima arte evoluiu. Para ale, o problema é que os cineastas não são apoiados pelo Estado e isso lesa e mina a sua criatividade.
Uamusse é o mais antigo funcionário da instituição. Conhece cada área, cada máquina e a sua utilidade. Há anos trabalhou como supervisor de Kuxa Kanema, uma espécie de jornal de actualidades, exibido semanalmente e com duração de 10 minutos.
Foi, porém, nessa plataforma que o amor se revelou: “Produzir Kuxa Kanema era o maior prazer, mas, além de tudo, era a maior responsabilidade. As vezes, deixava a minha família para o segundo lugar, fazendo do instituto a minha moradia”, conclui Uamusse, actualmente com 59 anos de idade.