O Ministro do Interior do “governo sombra” da RENAMO, Rail Khan, acusa a Policia da República de Moçambique (PRM), de estar a provocar mortes de cidadãos inocentes propositadamente, com o único objectivo de satisfazer as agendas políticas do Governo da Frelimo.
De acordo com Khan, o Ministro do Interior, José Pacheco, juntamente com o seu Vice-ministro, José Mandra, são os cabeçalhos da onda das execuções sumárias e premeditadas de pessoas sem culpa formulada, devendo por esta razão, abandonar os cargos que ocupam.
As declarações de Khan foram feitas, no princípio da semana em Maputo, em protesto à morte de 12 cidadãos, ocorridas no último dia 15 de Março, numa das celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), do distrito de Mongicual, província de Nampula.
De referir que informações oficiais, após os acontecimentos de Mogincual, explicaram que os reclusos encontraram a morte por asfixia no interior da cela que ocupavam, devido a superlotação da mesma, pois na altura era ocupada por 34 reclusos, enquanto tem capacidade para apenas 12 ocupantes.
Khan acusou o Governo da Frelimo de estar a manipular a PRM numa atitude de abuso de poder para praticar detenções arbitrárias e assassinatos, sem respeitar os direitos mais fundamentais do Homem, de cidadania e ainda o precentuado na carta universal dos Direitos Humanos, salientando que “a Frelimo instrumentaliza a polícia para deter e ‘entulhar’ cidadãos inocentes nas celas sem condições mínimas, o que tem sempre culminado com mortes massivas ao exemplo do que num passado muito recente aconteceu em Montepuez e Mocímboa da Praia, povíncia de Cabo Delgado”, frisou Khan.
Aquele representante do maior partido da oposição no país disse que a Renamo está preocupada com o facto do actual Ministro do Interior, José Pacheco, estar sempre directamente ligado a casos de assassinatos em massa, segundo Khan, protagonizados por agentes da lei e ordem, mandatados pela Frelimo.
Explicou a título de exemplo que aquando das mortes de Montepuez, Pacheco ocupava o cargo de Governador provincial e nos fatídicos assassinatos bárbaros de Mocímboa da Praia, este já era ministro do interior, cargo que ocupa até agora que despoletou o recente caso de mortes do Mongicual, todas elas ocorridas nas celas da PRM.
De salientar que a liga dos Direitos Humanos de Moçambique (LDH), mandatou uma equipa para Mongicual a fim de apurar com detalhes o que poderá ter provocado aquela tragédia.