O governo líbio renovou este domingo uma oferta de promover um referendo para decidir se Muammar Khaddafi deve permanecer no poder –uma proposta que provavelmente não interessará aos adversários de Khaddafi, mas que pode ampliar as divergências no interior da NATO.
Estão a crescer as pressões de alguns setores no interior da aliança para encontrar uma solução política, três meses após o início de uma campanha militar que está custando bilhões de dólares aos membros da NATO, já provocou mortes de civis e, até agora, não conseguiu afastar Khaddafi do poder.
Moussa Ibrahim, um porta-voz da administração de Khaddafi, disse a repórteres em Trípoli que o governo está propondo um período de diálogo nacional e uma eleição supervisionada pelas Nações Unidas e a União Africana. “Se o povo líbio decidir que Khaddafi deve partir, ele partirá. Se o povo decidir que ele deve permanecer, ele permanecerá,” disse Ibrahim. Mas o porta-voz disse que, aconteça o que acontecer, Khaddafi –que comanda o país produtor de petróleo desde que chegou ao poder em um golpe militar em 1969– não irá para o exílio. “Khaddafi não vai para lugar algum, ele vai permanecer neste país,” disse Ibrahim.
A ideia de promover uma eleição foi levantada pela primeira vez no início deste mês por um dos filhos de Khaddafi, Saif al-Islam. A proposta perdeu impulso quando o primeiro-ministro líbio, Al-Baghdadi Ali Al-Mahmoudi, pareceu tê-la rejeitado. Na época, ela também foi rejeitada pelos rebeldes anti-Khaddafi no leste da Líbia e por Washington.
Muitos analistas dizem que Khaddafi e sua família não têm intenção alguma de abrir mão do poder. Em lugar disso, afirmam, o líder líbio está acenando com a possibilidade de um acordo, tendo como intuito tentar ampliar as divisões que vêm emergindo na aliança que o combate.