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Justino Cardoso apresenta “Moçambique” : 1498-2009″ e anuncia novas obras sobre invasão estrangeira

Artista gráfico de comprovados recursos, Justino Antonio Cardoso vai, igualmente, lançar o seu livro intitulado “Moçambique: 1498-2009”, de 144 páginas dividas em 10 capítulos, em que, com base em banda desenhada, relata alguns dos mais importantes trechos da pertinaz resistência mocambicana (no norte e sul da província de Nampula) à penetração e domínio do colonialismo português, desde a chegada do lendário navegador português Vasco da Gama à Ilha de Mocambique até ao desencadear da luta armada de libertacao nacional que culminou com a independência política do nosso país.

Filho de pais professores e natural da vila de Namapa, distrito de Eráti, onde nasceu em 1940, Justino Cardoso começou muito cedo, sensivelmente aos sete anos, a sentir-se atraido pelo desenho, encharcando, amiúde, de bonecos os seus próprios cadernos e livros escolares. Facto que obrigaria os professores da escola que frequentava a pedirem, muitas vezes, a intervenção dos pais.

Entretanto, em 1978, já com 18 anos, Justino Cardoso seria agravelmente surpreendido com a publicação, na extinta revista Tempo, de trabalhos seus, encomendados pelo então director do Museu de Nampula, Paulo Soares, para ilustrar a história do Rei Komala, notável guerriheiro da resistência contra a invasão estrangeira. Na altura, Justino frequentava um estágio colectivo de desenho e pintura naquela instituição. Ainda no mesmo ano, seria convidado por uma empresa local denominada SICA para ilustrar prstigiadas molduras que ela produzia.

Entre 1979 e 1984 foi integrado no Departamento do Trabalho Ideológico da Frelimo, na sequência de uma série de cartazes elaborados sobre a ofensiva politica e organizacional liderada pelo malogrado Presidente Samora Machel. Com o propósito de realizar uma exposição, desloca-se em Abril de1984 à República do Malawi, onde, entretanto, seria preso cerca de um mês pelo então regime de Kamusu Banda. No regresso de Malawi, Justino Cardoso submeteria, sem sucesso, duas obras suas de banda desenhada para publicacao ao Instituto Nacional do Livro e do Disco, na época dirigido pelo falecido crítico literário Júlio Navarro.

Finalmente, no ano de 1989 tem a feliz oportunidade de participar, com uma exposição de banda desenhada, no décimo terceiro Festival Mundial da Juventude e Estudantes, realizado em Pyogyang (Coreia). Dois anos depois, em 1996, realiza um conjunto de exposições de banda desenhada multifacetada`e ,paralelamnte, cria o Círculo de Interesse de Banda Desenhada da Rapariga.

No ano seguinte funda “Muhupi”, primeiro jornal independente de Nampula, depois de beneficiar de um curso e várias capacitações sobre jornalismo. Em 1998 é incumbido de coordenar o processo da Fundação Friederich Erbert Stftung na província de Nampula, no contexto da municipalização e multiplicação de materiais de educacao civica. Em 2003 participa, em Maputo, num curso de banda desenhada promovido pelo governo da Finlândia.

De 2005 a 2008, inspirado na Reforma do Sector Público, instala, em todos os distritos e instituicoes estatais, exposições de carácter permanente em que são exemplificadas as boas e más práticas e as variadas faces da corrupção e da delapidaçãao do erário público.

No final do contacto que nos proporcionou os elementos de base de sustentação do presente texto, Justino Cardoso, que conta ja com 31 anos de exercicio da arte grafica, revelou-nos que tem, ainda, por publicar uma colectânea de trabalhos com mais de 600 pranchas, relacionados com a ocupação colonial..

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