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Justiça ugandesa congela publicação de jornal antigay

Um tribunal ugandês interditou a saída de um jornal antigay denominado “Rolling Stone” depois de este publicar alguns nomes e fotografias de 14 homens identificados como homossexuais com a sugestão de que estes deviam ser condenados à morte.

O Rolling Stone, um tablóide lançado há cerca de dois meses, suscitou polémica, a 5 de Outubro deste ano, quando publicou um artigo intitulado “Os Top 100 Homossexuais” e no qual pedia que os mesmos fossem enforcados. Nesta segunda-feira 1 de Novembro de 2010, o Rolling Stone fez sair um novo artigo com o título “Men of Shame Part II (Homens da vergonha, II Parte)” acompanhado de fotografias de 14 homens identificados como “os generais” do movimento gay no Uganda.

Julian Pepe, uma lésbica e destacada ativista gay, disse que a injunção do tribunal que trava o Rolling Stone, uma publicação que ela considera “hostil”, constituiu “uma grande pontuação” contra o jornal e que “agora as nossas atenções estarão viradas para outros tablóides que também devem ser tirados da circulação”. “Achamos que justiça foi feita. Mas impedir o jornal de divulgar novas publicações de ódio contra a comunidade gay seria uma grande vitória e ajudará a reduzir os riscos a que os seus membros estão expostos”, disse Julian Pepe.

Porém, o editor do Rolling Stone, Giles Muhame, prometeu não cruzar os braços apesar da decisão judicial, afirmando que iria reunir-se com o seu pessoal para estudar o caminho a seguir. “Na verdade, este acórdão do tribunal desferiu um duro golpe contra o jornalismo no Uganda. Por ora, sabem quantas pessoas ficaram no desemprego por causa dos direitos de umas minorias do Diabo?”, sentenciou o inconformado editor do Rolling Stone.

Giles Muhame explicou que eles (gays) publicaram as suas fotografias na Internet o que o seu jornal considerou como “prova bastante”, assumindo por isso que “não havia nada para restringir a sua publicação muito menos a necessidade de pedir autorização das pessoas interessadas”.

A homossexualidade no Uganda poderá no futuro ser punível com pena de prisão perpétua, se for aprovado um controverso projeto de lei neste sentido submetido ao Parlamento desde o ano passado. O polémico projeto de lei foi apresentado por David Bahati, um deputado do Movimento da Resistência Nacional (MRN), o partido no poder, mas suscitou a ira dos ativistas de direitos humanos no país e no estrangeiro, levando à suspensão do debate parlamentar sobre o assunto.

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