Duas jovens de 19 anos de idade estão a contas com as autoridades policiais na cidade de Chimoio e no distrito de Morrumbene, nas províncias de Manica e Inhambane, uma acusada de matar a filha recém-nascida e deitá-la numa lixeira, e a outra por atirar um bebé de três meses numa latrina, da qual foi resgatado três horas mais tarde. Uma refuta as acusações e alega que a filha veio ao mundo sem vida e a outra justifica o infanticídio com a falta de condições para suportar as despesas de criação.
Beute Paulino, órfã de mãe e pai, vive no bairro Centro Hípico, em Chimoio, e foi detida há dias. O cadáver da filha, cujos membros superiores e inferiores e algumas costelas já tinham sido consumidos pelos cães, foi achado pelos vizinhos, embrulhado em panos numa sacola de viagem e em decomposição avançada, de tal sorte que o cheiro nauseabundo infestava as casas mais próximas da indiciada.
A jovem disse que deixou o cadáver da filha à sua sorte numa lixeira porque depois de entrar em serviço de parto sozinha, não lhe passou pela cabeça que devia recorrer a uma unidade sanitária para ser assistida nem pedir auxílio às pessoas mais próximas. A explicação de Beute caiu em saco roto, pois poucos acreditaram nela e trataram de chamar a Polícia para que investigue o caso e responsabilize a jovem pelos seus actos.
Beute narrou ainda que o pai da menor ora morta encontra-se num lugar que ela desconhece e das vezes que falou com ele nunca aceitou indicar o seu paradeiro exacto.
Na localidade de Matumbele, no distrito de Morrumbene, em Inhambane, uma outra jovem está privada de liberdade desde o fim-de-semana passado por ter atirado deliberadamente o filho de três meses numa latrina. A vítima foi resgatada com vida três horas após o sucedido.
Ela contou que cometeu o homicídio porque o pai da criança negou assumir a paternidade e sozinha não conseguiria criar o filho. Para além disso, os parentes do companheiro também recusaram ajudá-la a criar condições para que o menor cresce saudável.
Rachel dos Santos, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Morrumbene disse, em declarações à Rádio Moçambique, que a miúda ora nos calabouços levou o bebé até à casa da avó e, aproveitando a sua ausência, introduziu-o na latrina. A agente da Lei e Ordem acrescentou que já foi instaurado o auto para seguir os trâmites legais.
O bebé está sob os cuidados médicos no Hospital Distrital de Morrumbene e assim que tiver alta estará sob a protecção do sector da Mulher, Saúde e Acção Social do Distrito de Morrumbene.
Entretanto, na província de Tete, uma jovem, também de 19 anos de idade, identificada pelo nome de Palmira Domingos, deu à luz a trigémeos, dos quais um do sexo masculino e duas meninas.
A rapariga, em idade escolar e já tinha um filho, é desempregada e depende da agricultura. O seu marido, igualmente sem trabalho digno, faz pequenos trabalhos remunerados.