A cerimónia de encerramento da 14ª edição dos Jogos Paralímpicos aconteceu neste domingo (9) em Londres, fechando o ano olímpico na capital britânica e dando início a um novo ciclo com a perspectiva dos Jogos do Rio de Janeiro em 2016. Mais de 80.000 espectadores assistiram ao apagar da chama paralímpica no estádio de Stratford. Moçambique foi representado pelos atletas Maria Elisa Muchavo e Pita Rondão.
Maria correu na 1ª eliminatória nos 400 metros T12 e ficou na última posição contudo fez o seu melhor tempo de sempre 1´03″68. A nossa representante correu também nos 100 metros T12 ficando novamente na última posição da sua eliminatória mas marcando o seu melhor tempo 13″97. Muchavo competiu ainda nos 200 metros T12 prova que terminou na última posição da eliminatória melhorando o seu tempo pessoal 28″28.
O nosso representante no atletismo masculino correu na eliminatória dos 200 metros T11 e foi último com o tempo de 26″68, o seu melhor tempo este ano. Pita Rondão competiu ainda na eliminatória dos 400 metros T11 classificando-se na última posição mas melhorando o seu tempo 57″51.
Adeus Londres… até o Rio 2016
O apagar da pira marcou o fim de mais de dois meses dedicados ao desporto de alto nível na capital britânica, que também recebeu os Jogos Olímpicos do dia 27 de julho a 12 de agosto. A chama tinha sido acesa no dia 28 de agosto, no hospital de Stoke Mandeville, onde os Jogos Paralímpicos foram inventados depois da Segunda Guerra Mundial para incentivar a prática do desporto entre os soldados feridos em combate.
A cerimónia levou os espectatores a uma viagem através das quatro estações do ano, e contou com a participação de estrelas internacionais como a banda Coldplay, a cantora Rihanna e o rapper Jay-Z, além de soldados feridos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Coldplay, que cantou sucessos como “Viva la Vida”, “Yellow” e “Paradise” aceitou participar mediante o pagamento simbólico de apenas uma libra esterlina.
Rihanna apareceu de cabelo curto e cantou a música “Princess of China” acompanhada por uma banda.
O início da cerimónia foi emocionante, com o capitão do exército britânico Luke Sinnot, ferido na explosão de uma bomba no Afeganistão, erguendo a bandeira do seu país em cima de um mastro. Sinnott já informou que estava a treinar para participar dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
Como aconteceu durante a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos, no último dia 12 de julho, o Brasil também teve uma participação especial na festa, com um espetáculo de oito minutos mesclando artistas consagrados com deficientes físicos. O momento brasileiro começou quando foi tocado o hino nacional depois do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, receber a bandeira paralímpica.
O show brasileiro, que teve como tema ‘Alegria’ foi dividido em três ‘batalhas’. A primeira foi ‘a batalha do passinho’. Bailarinos em cadeiras de rodas dançaram no ritmo de um mix de funk com trechos da tradicional música “Aquarela do Brasil”. Em seguida, o cantor baiano Carlinhos Brown entrou no palco de branco e usando um colar indígena, abrindo a segunda ‘batalha’ da noite, entre duas danças nordestinas, o frevo e o parafuso.
Estes ritmos tradicionais deram lugar ao rock do Paralamas do Sucesso, num momento emocionante que o cantor Herbert Vianna, paraplégico desde 2001, quando sofreu um acidende de ultra-leve, apareceu numa cadeira de rodas. Depois de “Lourinha bombril” dos Paralamas teve a última ‘batalha’, entre a capoeira e o balé clássico, que contou com a participação de bailarinos cegos juntamente com estrelas brasileiras do Royal Ballet de Londres, como Thiago Soares e Roberta Márquez.
A apresentação terminou com atriz e cantora Thalma Freitas, que cantou enquanto os atletas paralímpicos brasileiros Daniel Dias e Ádria Santos entraram no palco debaixo do logotipo das Paralimpíadas do Rio de Janeiro-2016.
Daniel Dias, que conquistou seis ouros em Londres, é o maior atleta paralímpico da história do Brasil, com quinze medalhas no total, e Ádria é a maior atleta feminina com 13 pódios entre Barcelona-1992 e Pequim-2008.
Antes deles, o velocista Alan Fonteles, que conquistou o título nos 200 rasos da classe T44 ao derrotar o lendário sul-africano Oscar Pistorius entrou no estádio olímpico com a bandeira brasileira.
A festa em Londres não vai terminar com o apagar da chama: na segunda-feira, um grande desfile será organizado na capital britânica com todos os atletas locais que participaram dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.