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Joaquim Chissano defende “mudança de atitude”

O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, é pela “mudança de atitude” dos africanos no combate à pobreza, e, citando o falecido estadista tanzaniano Julius Nyerere, a “boa governação” é o “modelo viável” para desenvolver o continente berço da humanidade, por muitos tido como “pobre”, mas no entender do único ex-presidente da FRELIMO vivo na verdade ele é “empobrecido”.

Estes comentários de Chissano foram feitos na passada quinta-feira num concorrido debate intitulado “O combate à pobreza em África à Luz da nova ordem económica internacional”, no âmbito da 5ª. Conferência Económica do Millennium Bim, na qual integrou um dos painéis. “África é um continente rico, porque tem recursos e potenciais”, mas “é o mais empobrecido do mundo”, sublinhou Chissano, enfatizando que “vamos aceitar que temos uma má governação e temos que melhorar, mas temos que saber que os outros (também) têm responsabilidades”, numa alusão ao colonialismo.

“Temos que mudar de atitude. Ninguém vai combater a pobreza por nós, nós é que temos que combatê- la”, até porque “não se tiram as pessoas da pobreza, elas é que saem da pobreza”, disse o ex-chefe de Estado moçambicano, cujo painel integrava ainda o economista moçambicano Roberto Tibana, o antigo ministro de Informação do governo pós-independente de Moçambique José Luís Cabaço e o jornalista português Perez Metelo.

Dar conhecimento

Chissano afirmou que “dar conhecimento” às pessoas é um dos caminhos para “poder tornar (os africanos) independentes da dependência externa”, e de novo recordou que “já nos anos 60” do século XX Nyerere definiu três pilares para um país atingir o desenvolvimento: “pessoas, terra e boa governação”.

Por isso, insistiu, “já é altura de sabermos o que queremos e como queremos” para África, continente em que, nos últimos 50 anos, a pobreza quase que duplicou. O economista Roberto Tibana lembrou que, caso não haja mudança de atitude no combate à pobreza em África, onde as perspectivas apontam para o agravamento da situação, sobretudo na região austral do continente, “a maior parte dos países nem sequer vai atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”, meta traçada pela ONU visando reduzir a pobreza no mundo para metade até 2015. Em África, “o problema é grande e tornou-se maior” e, no actual cenário, “a perspectiva é que na África Austral a pobreza não vai baixar”, disse Roberto Tibana.

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