São pinturas que enaltecem a beleza feminina e/ou a sua imensurável grandeza, e exaltam o espírito africano. Assim se pode classificar a exposição individual de artes plásticas intitulada “Retratos de Mil Gotas de Sonho”, da autoria do pintor moçambicano João Timane, a ser inaugurada na próxima terça-feira, 17 de Junho corrente, com encerramento previsto para 28 do mesmo mês, na mediateca do BCI, em Maputo.
Segundo o artista, os “Retratos de Mil Gotas de Sonhos” expressam o dia-a-dia dos povos moçambicano, em particular, e africano, em geral, designadamente as dificuldades enfrentadas, as batalhas e as vitórias conquistadas.
“Quero trazer, através do pincel e da tela, os problemas que enfermaram e que, infelizmente, continuam a debilitar África e os seus pátrios”. Para além da ilustração da vida dos africanos e do seu próprio continente, João Timane celebriza a beleza feminina e afirma que “para mim a mulher é um símbolo valioso. A minha arte depende da sua presença, mas não sei explicar as razões”.
Contudo, de acordo com o poeta moçambicano, Eduardo Quive, “João Timane junta o facto de África ser um continente tricolor e o Berço da Humanidade, para justificar as suas cores e imagens. Há um subconsciente exclusivamente assente nas suas obras. O azul e o laranja sufocam o vermelho que já foi sangue; e o preto que já foi o sabor das trevas”.
Por sua vez, Celles Leta afirma, no folheto de apresentação, que, “com o par de olhos maravilhados no voo profundo do ?Retrato de Mil Gotas de Sonhos? desta exposição, aprendo e apreendo que na escuridão dos sonhos que buscamos no parto de horizontes há um sol que brilha, (…) há um resplendor de África em cada curva, há uma luz que arde”.