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Jeff Bezos paga preço alto pelo Washington Post

O empresário Jeff Bezos acabou de mostrar o quão valiosos podem ser os jornais de prestígio nos Estados Unidos. O multimilionário fundador da loja online Amazon.com pode ter pago mais de quatro vezes o preço que os resultados financeiros do Washington Post sugerem que a empresa vale. No negócio anunciado na segunda-feira, Bezos concordou em comprar o Post e um punhado de outros ativos de jornal do Washington Post Co por 250 milhões de dólares.

Levando em conta a avaliação feita em negociações de outros jornais e companhias de mídia de capital aberto, o valor do Washington Post teria ficado perto de 60 milhões de dólares. Os jornais norte-americanos têm sido avaliados em 3,5 a 4,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), de acordo com Reed Phillips, sócio do banco de investimentos em mídia DeSilva e Phillips. O analista da Morningstar Liang Feng estimou que a divisão de jornal do Washington Post tenha apresentado um Ebitda de 15 milhões de dólares no ano passado, não incluindo encargos com pensões.

O presidente-executivo do Washington Post, Donald Graham, afirmou que o negócio havia sido rentável no ano passado, mas se recusou a dar números. Com base nessas estimativas, Bezos pagou cerca de 17 vezes o Ebitda de 2012. As ações da Washington Post Co subiram mais de 4 por cento na terça-feira.

Um prémio tão grande, pago essencialmente por ativos intangíveis como a marca da publicação, pode significar que os futuros vendedores de jornais irão aumentar as suas expectativas de preço. Outros jornais importantes que estão na mira de potenciais compradores incluem o Los Angeles Times e o Chicago Tribune. “A realidade para jornais como o Washington Post é que é impossível usar métricas financeiras tradicionais”, disse o sócio do The Boston Consulting Group Paul Zwillenberg. “São ativos cujo valor está nos olhos de quem vê.”

O acordo pode ser uma boa notícia em meio a tantas ruins para a indústria de jornais, que enfrenta queda nas receitas de publicidade e no número de assinantes, com cada vez mais pessoas acessando notícias na Internet e em dispositivos móveis. Nos últimos cinco anos a receita de publicidade, que permanece sendo a principal veia de receita para a maioria dos jornais, caiu pela metade, para 22,3 bilhões de dólares.

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