Dezenas de famílias no Posto Administrativo de Tica, Distrito de Nhamatanda, em Sofala, encontrava-se isoladas até domingo de manhã devido as inundações decorrentes da quantidade de precipitação que vêem se registando desde as últimas duas semanas do mês de Fevereiro que terminou domingo.
Para evitar situações piores, o Governo da Província de Sofala ordenou a sua evacuação imediata, numa operação iniciada ainda neste domingo e testemunhada por uma missão multi-sectorial que domingo de manhã se deslocou até Tica. O Posto Administrativo de Tica, ao longo do Corredor da Beira, dista a cerca de setenta quilómetros da capital provincial de Sofala.
O seu estado geográfico caracterizado por zona pantanosa e a influência exercida pelo aumento dos escoamentos no Rio Púnguè, este último sobretudo precipitado pelas chuvas moderadas a forte que se registam na Zâmbia, Malawi e Norte do Zimbabué são apontados como principais factores responsáveis pelas inundações no Posto Administrativo de Tica.
Refira-se que devido a persistência da forte instabilidade atmosférica sobre as zonas Norte e Centro do País, o Instituto Nacional de Meteorologia prevê continuação de períodos de aguaceiros e chuva moderada por vezes forte e persistente (precipitação acumulada superior a 50 milímetros em 12 horas), acompanhada de trovoadas e ventos por vezes fortes, nas províncias de Tete, Zambézia, Nampula, Sofala, Manica e Norte de Inhambane até o dia de segunda-feira.
Bairros da Beira completamente alagados Na Cidade da Beira, a capital provincial de Sofala, maior parte dos bairros sobretudo peri-urbanos se apresentam alagados em consequência das chuvas que continuaram a cair durante todo o dia de domingo e madrugada de segunda-feira. Os bairros mais criticos são os mesmos: Munhava, Goto, Massamba, vaz, Chipangara, Inhamudima e Manga. Em muitos casos há residências completamente cercadas por água, noutros até a galgar para o interior das casas, sobretudo na Munhava.
Este cenário veio agravar as já graves condiçoes de higiene particularmente nesses bairros periurbanos, tendo em conta que maior parte dessas casas as suas latrinas são precárias e construídas em locais que geralmente ficam cobertos de água quando chove. O maior perigo que se corre é o alastramento da epidemia de cólera, efermidade que já soma dezenas de casos na Cidade da Beira.