O Irão deixaria os inspectores nucleares da ONU visitarem uma base militar suspeita de ter sido usada para trabalho relacionado com armas atómicas, se as ameaças contra a República Islâmica fossem descartadas, disse um funcionário do governo.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) acredita que o Irão realizou testes de explosivos com possíveis aplicações nucleares em Parchin, uma base militar no sudeste de Teerão, e pediu repetidamente para inspeccioná-la.
Os diplomatas ocidentais dizem que o Irão realizou extenso trabalho em Parchin durante o ano passado para limpar qualquer evidência de actividades ilícitas, mas o chefe da AIEA, Yukiya Amano disse no início deste mês que uma visita ainda seria “útil”.
“Se as ameaças transregionais (contra o Irão) dissiparem-se, então eles irão ver que é possível visitar Parchin”, disse o vice-chanceler Hassan Qashqavi, citado pela agência de notícias Iranian Labour News, Quarta-feira (26).
Os comentários foram publicados também esta Quinta-feira pela revista online Iran Diplomacy. Qashqavi provavelmente referia-se à ameaça de Israel de ataques militares contra o Irão e à possibilidade de mais sanções por parte do Ocidente.
Israel afirma que vai recorrer a acções militares se a diplomacia não conseguir impedir que o Irão obtenha armas nucleares. Teerão alega que o seu programa nuclear é totalmente pacífico.
No início deste mês, os funcionários da AIEA visitaram o Irão para tentar negociar o acesso a Parchin para resolver questões pendentes relacionadas com “possíveis dimensões militares” do programa nuclear iraniano.
O Irão tem dito repetidamente que um acordo mais amplo sobre o inquérito da AIEA deve ser alcançado antes de abrir o local para inspectores.