A reunião entre os principais diplomatas do Irão e as potências mundiais na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta semana vai marcar o começo de uma “nova era” nos esforços para acabar com a disputa entre a República Islâmica e o Ocidente sobre o programa nuclear de Teerão, disse o Ministério das Relações Exteriores do Irão, esta Terça-feira (24).
A chancelaria, no entanto, não indicou quaisquer concessões por parte do Irão. A União Europeia disse, Segunda-feira, que o chanceler iraniano, Javad Zarif, vai participar de uma reunião das principais potências – incluindo Grã-Bretanha, França, China, Rússia, Estados Unidos e Alemanha – para discutir o programa nuclear iraniano.
O encontro, previsto para Quinta-feira e que deve incluir o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, será o encontro de mais alto nível envolvendo os dois países desde que as relações foram cortadas em 1980, no auge da crise dos reféns na embaixada dos EUA em Teerão.
“Essas conversas são o início de uma nova era. A República Islâmica expôs explicitamente os seus pontos de vista em relação aos seus direitos à energia nuclear para fins pacíficos e ao direito de enriquecer (urânio) em território iraniano”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham, em entrevista colectiva, segundo a agência de notícias Mehr.
“Esta reunião representa um sério compromisso das partes estrangeiras para alcançar uma solução baseada num determinado espaço de tempo.” Antes de partir para Nova York na Segunda-feira, o recém-eleito presidente do Irão, Hassan Rouhani, disse que queria apresentar a “verdadeira face” do Irão e buscar negociações e cooperação com o Ocidente para encerrar a disputa nuclear.
Segundo as autoridades dos EUA, é possível um encontro esta semana entre o presidente Barack Obama e Rouhani. Ambos irão discursar, esta Terça-feira, na Assembleia-Geral da ONU. Os Estados Unidos e os seus aliados impuseram sanções económicas duras ao Irão por suspeitas de que o país esteja a buscar a capacidade de armas nucleares. O Irão alega que o seu programa atómico tem apenas fins pacíficos.
