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Irão amplia prisões, torturas e execuções,

O Irão intensificou as execuções de prisioneiros, inclusive menores de idade, além das detenções de dissidentes que muitas vezes são torturados até a morte na prisão, disseram dois relatórios da ONU, Quinta-feira (28).

Nos textos divulgados em Genebra, o secretário-geral Ban Ki-moon e o investigador especial da ONU para direitos humanos no Irão, Ahmed Shaheed, manifestaram preocupação com o que descreveram como um aparente aumento na frequência e gravidade dos abusos no Irão.

“O secretário-geral continua profundamente perturbado por relatos sobre crescentes números de execuções, inclusive de menores infractores e em público; sobre a continuidade das amputações e açoitamentos; sobre as prisões e detenções arbitrárias; sobre os julgamentos injustos, tortura e maus-tratos; e sobre as severas restrições contra os profissionais da mídia, defensores dos direitos humanos, advogados e actividades da oposição, bem como minorias religiosas.”

No seu relatório, Shaheed disse que o Irão deixou de investigar “violações disseminadas, sistêmicas e sistemáticas dos direitos humanos”. Ele pediu a “libertação imediata e incondicional” de activistas, jornalistas e advogados que estejam presos por sua militância em prol dos direitos humanos.

Shaheed disse que os líderes oposicionistas Mehdi Karoubi e Mir Hossein Mousavi, sob prisão domiciliar, estão entre centenas de pessoas que se tornaram presos políticos por exercerem a sua liberdade de expressão durante protestos contra uma suposta fraude eleitoral em 2009.

Num ano em que o Irão terá novamente eleições presidenciais, dezenas de jornalistas, blogueiros e activistas foram detidos nos últimos meses, segundo Shaheed. Os advogados que defendem essas figuras também sofrem represálias, como o foi o caso de Abdolfatah Soltani, que foi detido em 2011 e agora cumpre pena de 13 anos de prisão.

Num caso que provocou indignação internacional, o blogueiro Sattar Beheshti foi preso em Outubro depois de receber ameaças de morte, e morreu dias depois, na prisão. As autoridades iranianas detiveram sete pessoas por suposto envolvimento na morte, e uma fonte judicial disse que a perícia encontrou marcas de pancadas no corpo dele.

Shaheed escreveu que “uma fonte bem informada comunicou que o sr. Beheshti foi torturado com o propósito de que obtivessem o seu nome de usuário e senha do Facebook, que ele foi repetidamente ameaçado de morte durante o seu interrogatório, e que foi agredido no rosto e no torso com um cassetete”.

Ele acrescentou que também foram relatados casos de torturas com instrumentos contundentes, inclusive cassetetes, além de estupros e choques eléctricos. Os dois relatórios recomendaram que o Irão pare de aplicar a pena de morte a menores de idade, o que é proibido pelo direito internacional.

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