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Investimento no Município de Maputo ronda 90 milhões de dólares

O volume do investimento mobilizado ao nível do Município de Maputo atingiu, no período compreendido entre o segundo semestre de 2008 e primeiro semestre de 2009, os 90 milhões de dólares norte-americanos, revelou a AIM o director de Actividades Económicas no Conselho Municipal, João Munguambe. “Este é o investimento atraído e em projectos já fechados, mas existem outros que ainda estão na fase de lançamento dos respectivos concursos e o valor desses não está incluído nos 90 milhões de dólares a que me referi”, explicou Munguambe, estimando em cerca de 26 o número de projectos aprovados, alguns dos quais já na fase de exploração.

Em termos de postos de trabalho gerados, Munguambe afirmou que “os projectos já fechados e em funcionamento geraram entre 500 e 1.000 empregos directos, e se não falamos em números exactos é porque existem projectos que criam outras oportunidades de empregos não facilmente contabilizáveis, os chamados empregos indirectos”.

Citou o caso da terminal rodoviária, em que, para além do respectivo edifício, está a ser construído um outro comercial, de 10 andares, onde poderão funcionar lojas, hotel, restaurantes e escritórios, que vão proporcionar postos de trabalho para várias pessoas, realçando ainda que “o potencial para a geração de empregos neste município é muito grande, pelo que é difícil termos números exactos”.

Segundo disse a AIM João Munguambe, a maior parte do investimento é nacional, embora, em muitos casos, os investidores estejam associados a parceiros estrangeiros, sendo os sectores das infra-estruturas e serviços, onde se enquadram parques e jardins, aqueles que atraíram mais investimentos. Entretanto, o turismo é dos sectores que têm vindo a registar um crescimento bastante significativo, sobretudo no que se refere à sua contribuição para as receitas do país.

“A contribuição anual do turismo para as receitas do país é superior a 100 milhões de dólares e mais de 50 por cento destas receitas constituem a contribuição da cidade de Maputo”, ajuntou. Em Maputo desenvolve-se, principalmente, o turismo de eventos e de negócios, ou seja, as pessoas vêm à capital do país para negócios, conferências e serviços, permanecendo durante dois a três dias e depois regressam à procedência.

Munguambe frisou que “este tipo de turismo é que contribui para esta contribuição bastante significativa, e, para além disso, há um estudo que foi feito pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Netherlands Development Organisation, uma organização holandesa, em que verificamos que as fábricas de bebidas vendem por ano mais de três milhões de dólares em bebidas só para restaurantes. Portanto, sem incluir hotéis”.

Para o director de Actividades Económicas, “muitas vezes, o que falta é a divulgação destes números junto dos cidadãos, não só para conhecimento como também para estudo, e, felizmente, o Conselho Municipal, em parceria com o Ministério do Turismo e a Direcção de Turismo da Cidade e outros parceiros, está a desenvolver uma série de encontros regulares, visando o debate de estratégias claras para o turismo na nossa cidade”.

O que se pretende com esses encontros é que os mesmos permitam trazer mais contribuições e, inclusivamente, propor políticas claras e concretas “sobre como é que podemos dinamizar o turismo na cidade de Maputo para, desta forma, contribuir para o melhoramento deste sector a nível nacional”. Ao nível de Maputo, formou-se um grupo de trabalho (“Grupo Consultivo do Turismo”) que, periodicamente, tem discutido os assuntos do sector turístico, tendo sido, inclusivamente, e em resultado disso, criado um mapa com os principais pólos turísticos da cidade, embora isso careça ainda de aprovação, a nível superior, tratando-se de um começo.

“O que devo dizer é que há, de facto, um trabalho que está a ser feito, e no fim vamos ter um Plano Director para o Desenvolvimento do Turismo na Cidade de Maputo, que nos vai permitir saber qual é o potencial existente, que tipo de apoio se deve dar a cada um dos pólos turísticos identificados, uma vez que há pólos que estão mais ligados a restaurantes e outros que são mais para a praia e artesanato, entre outros”, referiu. Por outro lado, o director de Actividades Económicas no Conselho Municipal admitiu que a presente crise económico-financeira mundial tenha também afectado o município de Maputo, “porque a implementação dos grandes projectos já acordados está a ser lenta”.

“Temos, por exemplo, os projectos de reabilitação da Praça de Touros, em que o investidor nos disse que o seu parceiro inicial apresentou algumas dificuldades, e a construção de um hotel na Av. Marginal, em que o parceiro também procura avançar, mas de forma mais cautelosa, isto para dizer que, de facto, os grandes projectos sofreram um abalo, em termos de redução da velocidade de implementação por causa da crise”, lamentou aquele responsável.

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