Os promotores holandeses ainda aguardam os relatórios de inteligência dos Estados Unidos e da Rússia sobre a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, mas as leis norte-americanas sobre a divulgação de tais informações para investigações criminais complicam o processo, disse o governo da Holanda, esta terça-feira (27).
Os holandeses lideram o inquérito sobre a queda do Boeing 777, que caiu sobre o território dominado pelos separatistas do leste da Ucrânia em Julho causando a morte de todas as 298 pessoas a bordo, sendo dois terços de holandeses.
Como o local do acidente é perigoso demais de ser alcançado devido aos combates, os investigadores vêm contando sobretudo com informações disponíveis ao público para realizar um inquérito à distância. Os governos dos EUA e da Rússia, citando dados de inteligência indisponíveis ao público, já declararam versões diferentes para a queda da aeronave.
Os EUA afirmaram que as suas imagens de satélite provam que o voo MH17 foi derrubado por um míssil terra-ar disparado por rebeldes apoiados pela Rússia, que por sua vez diz que uma aeronave militar ucraniana abateu o avião. “É desejável que os promotores recebam mais informações dos EUA relacionadas à investigação criminal”, afirmou o governo numa carta ao Parlamento.
Os parlamentares indagaram se os norte-americanos forneceram imagens dos dez minutos anteriores e posteriores à queda. Só as últimas foram mencionadas num relatório de inspecção provisória do acidente aéreo divulgado no mês passado.
Os promotores também afirmaram que planeiam pedir às autoridades russas que entreguem dados de radar supostamente em seu poder que mostram um caça ucraniano nas proximidades do avião, disse a revista alemã Der Spiegel na segunda-feira.
Um relatório provisório do Conselho de Segurança Holandês, que investiga acidentes aéreos, listou vários aviões de passageiros nas proximidades do voo MH17, mas nenhum avião militar que teria sido capaz de derrubá-lo.