O candidato presidencial derrotado do Egito Ahmed Shafik deixou o país, esta Terça-feira, para realizar uma peregrinação religiosa, disseram os assessores, um dia depois de um procurador registar junto a um juiz de instrução os processos que acusam-lhe de corrupção.
Os processos alegam que Shafik, último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, envolveu-se em negociações irregulares de terras e outras fraudes quando era ministro da Aviação Civil, entre 2002 e 2011, disse uma fonte do judiciário.
Shafik é uma das várias personalidades do governo de Mubarak a enfrentar acusações como essa desde que o líder foi deposto por um levante popular, ano passado.
Alguns foram presos e o próprio Mubarak foi condenado à prisão perpétua, que começou a cumprir, este mês, por seu papel no assassinato de manifestantes.
A agência de notícias estatal Mena disse que Shafik deixou o aeroporto de Cairo desacompanhado, viajando por uma companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, na manhã desta Terça-feira.
As autoridades do aeroporto disseram que ele não estava sozinho, duas das suas filhas e três netos viajaram com ele.
“Ahmed Shafik deixou o país na madrugada desta Quarta-feira, em direcção a Abu Dhabi e, de lá, viajará às terras sagradas da Arábia Saudita para realizar a Omra (peregrinação), antes de retornar à sua terra-natal, o Egito”, escreveu a equipe de campanha de Shafik na sua página oficial no Facebook.
Vários dos aliados de Shafik não puderam ser contactados para comentar. O ex-chefe do serviço secreto sob Mubarak, Omar Suleiman, que foi desqualificado das eleições presidenciais deste ano, também está em Abu Dhabi junto aos familiares, de acordo com uma fonte próxima à questão.
