Cerca de 70% da riqueza de Moçambique estão praticamente a ser controlados por investidores estrangeiros dos corredores de desenvolvimento de Maputo, Limpopo, Beira, Nacala, Pemba e do Vale do Zambeze, segundo a Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais (ADECRU).
A agremiação diz que a situação agrava a degradação ambiental, pobreza, problemas de usurpação de terras de campone- ses e conflitos sócio-ambientais.
“O padrão de governação e desenvolvimento em Moçambique é explorador, colonial e imperialista por acomodar grandes projectos de exploração que provocam consequências perversas à sociedade”, realça o grupo apelando uma “visão séria e mudança de atitude” por parte dos governantes de modo a se evitar eventuais conflitos sociais no país.
Nos últimos 10 anos, Moçambique tem sido vítima da “obsessão dos doadores” e de instituições financeiras internacionais devido a descobertas de recursos minerais e petrolíferos.
Conflito armado
Aquele grupo de académicos também defende a “retomada imediata” do processo do diálogo entre o Governo moçambicano e a Renamo, para pôr fim à tensão político-militar que prevalece no país desde Abril de 2013 em vários pontos do Centro de Moçambique, particularmente.
A Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais estima, entretanto, que cerca de 100 mil famílias das regiões fustigadas pela guerra encontram-se já fora do país como refugiados e sem assistência humanitária e que cerca de 200 pessoas já morreram vítimas deste conflito e outras centenas de camponeses estão na condição de detidas e feridas.