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Inundações: Tambara inicia retirada compulsiva da população em risco

As autoridades de Tambara, na província central de Manica, iniciaram a retirada compulsiva das pessoas que continuam a resistir o abandono das zonas ribeirinhas face às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em curso desde a semana passada.

Gilberto Canheze, administrador do distrito de Tambara, disse que a retirada obrigatória dos camponeses ao longo das ilhas, no rio Zambeze, tem vista evitar perdas humanas com a subida do caudal.

“A população recusa-se a sair devido à prática da agricultura e pesca para a sobrevivência”, apontando que na última terça-feira, foram retiradas 10 pessoas que estavam escondidas nas ilhas a praticar agricultura e pesca, por isso há grupos que continuam a fazer buscas nas ilhas para retirar toda a população antes das cheias.

Segundo o Jornal “Diário de Moçambique”, a HCB aumentou, desde sextafeira, as descargas para três mil metros cúbicos por segundo, prevendo-se que suba o volume das águas, caso a situação o exija, para manter em segurança as infraestruturas da barragem.

Actualmente, o caudal do Zambeze alcançou o nível hidrométrico de 3.46 metros de altura (o nível de alerta são quatro metros), mas a ARA-Zambeze (Administração Regional de Águas do Zambeze) continua em alerta máximo face a subida do caudal do maior rio do país.

“As pessoas que se mantêm nas ilhas não têm a noção do perigo. Nós sempre apelámos para que no tempo chuvoso abandonem voluntariamente as ilhas para zonas seguras, e várias famílias acatam, mas há os que resistem “, disse Gilberto Canheze.

Em Tambara, não raras vezes, as pessoas foram resgatadas escondidas em florestas ou em cemitérios em várias ilhas no distrito, depois de surpreendidas pelo aumento do caudal do rio, o que não permitia a sua saída em canoas, feitas de casca de árvores.

Na semana passada, o distrito de Tambara ficou temporariamente isolado por via terrestre, na sequência da subida dos caudais dos rios Muira e Tchitchi, afluentes do Zambeze.

As chuvas que caem a montante, nos distritos de Guro e Báruè, provocaram a subida vertiginosa dos dois rios, cujos níveis hidrométricos atingiram uma altura de mais de um metro, o que impossibilitou a passagem de pessoas e bens.

Os rios de curso natural de regime periódico, desprovidos de pontes, no tempo chuvoso isolam o distrito, deixando a população local vulnerável, cuja subsistência depende de produtos adquiridos em outras regiões da província de Manica.

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