Dezenas de moradores do bairro da Zona Verde, nos arredores da capital moçambicana, saíram à rua, nesta quinta-feira (11), para mostrar o seu descontentamento com a interrupção do abastecimento do precioso líquido pelos operadores privados daquele ponto do município da Matola, em resultado do diferendo existente com o Governo.
O @Verdade deslocou-se ao terreno e apurou que os residentes de uma zona chamada “Bangladesh”, contígua ao bairro de Khongolote, mantou barricadas e impediu, durante duas horas, a circulação de viaturas particulares e de transporte de passageiros.
Aliás, os nossos interlocutores manifestaram a sua insatisfação em relação ao corte de fornecimento de água em virtude do desentendimento entre os operadores privados e o Governo. Para os residentes, nada justifica que esse desacordo imponha a interrupção do fornecimento do precioso líquido.
A fúria dos cidadãos reflectiu-se na desordem que se instalou na Zona Verde. Para além de barreiras que visavam obstruir o trânsito, foram queimados pneus, facto que obrigou a presença da Polícia de Protecção no local para refrear os ânimos. Felizmente, não foram necessários tiros, nem para o ar com vista a dispersar as pessoas.
Por sua vez, vez um oficial em serviço na esquadra do bairro T3, que não quis ser identificado, assegurou ao nosso Jornal que ninguém está detido por ter participado desse distúrbio, que não causou nenhum dano material nem humano.
O corte no fornecimento de água é extensivo milhares de moçambicanos residentes do sul ao norte do país, e que habitam zonas onde a rede pública não chega, e resulta a um diferendo entre os fornecedores privados deste precioso líquido e o Governo, representado Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), através da Direcção Nacional de Águas (DNA) e do Fundo para o Investimento do Abastecimento de Água (FIPAG).
O Executivo revogou as licenças dos “privados” e exige que suspendam as suas actividades em todas as zonas onde o FIPAG está a montar um sistema de abastecimento e expansão de água. Contudo, os visados recusam-se e argumentam que realizaram vários investimentos, por isso devem ser ressarcidos.